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VIDA URBANA

Docentes mantêm greve e PSS pode ser suspenso

Greve da UFPB segue por tempo indeterminado, comando de greve ameaça parar pós-graduação e suspender PSS-2013.

Publicado em 09/08/2012 às 6:00

A greve dos professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que completa hoje 84 dias e envolve 2.196 docentes e 36 mil alunos dos quatro campi da instituição, será mantida por tempo indeterminado. A afirmação é do Comando Local de Greve (CLG) da universidade que também ameaça parar os cursos de pós-graduação e suspender o Processo Seletivo Seriado (PSS-2013)

O CLG realizou na manhã de ontem uma coletiva de imprensa para anunciar a continuidade da paralisação. Na ocasião, os representantes do CLG explicaram que na última assembleia realizada no dia 3 deste mês, a categoria deliberou pela continuidade da greve, devido à quebra de negociação por parte do governo.

A decisão tomada pelos docentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está em sintonia com os comandos de greve das 53 universidades federais.

Diante da suspensão das negociações, os representantes do CLG ameaçam radicalizar e parar também outros setores da universidade, entre eles cursos de pós-graduação. Segundo o diretor do CLG, Marcelo Sitcovsky, o comando se reunirá com professores e coordenadores dos cursos de pós-graduação para que seja decidido sobre a paralisação das atividades. “Vamos nos reunir para negociar a paralisação total das atividades relacionadas à pós-graduação, para que o calendário 2012.2 não seja iniciado”, disse.

De acordo com Sitcovsky, embora a Comissão Permanente do Concurso Vestibular (Coperve) sendo um órgão executor, vinculado à reitoria de graduação, a suspensão do Processo Seletivo Seriado (PSS-2013) poderá ocorrer. “Cogitamos fazer uso da suspensão do vestibular, caso a intransigência do governo se mantenha”, declarou.

Marcelo Sitcovsky disse que o impacto da greve dependerá das negociações do governo, onde a hipotética suspensão do vestibular será validada, se assim a assembleia decidir. “Se em assembleia a categoria decidir pelo adiamento do calendário do vestibular, assim faremos, pois não adianta ter início às aulas (novas turmas), sem que seja estabelecido melhores condições de trabalho e no meio do período as aulas sejam interrompidas”, asseverou.

Ao finalizar, Marcelo Sitcovsky ressaltou que todas as ferramentas serão usadas para que o governo perceba a força que a categoria tem e reabra as negociações.

De acordo com Sitcovsky, para que a greve cesse, é preciso que o governo aceite os requisitos mínimos exigidos pela categoria, entre eles a reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho.

As inscrições para o PSS-2013, com oferta de 4.799 vagas, foram abertas ontem e seguem até o próximo dia 27. Conforme antecipou o JORNAL DA PARAÍBA na edição do dia 8 de agosto, o presidente da Comissão Permanente de Vestibular da UFPB (Coperve), João Lins, afirmou que as provas ocorrerão nos meses de novembro e dezembro deste ano. No entanto, se a paralisação dos docentes for mantida pelos próximos 3 meses, poderão ocorrer alterações nas datas de realização dos exames.

De acordo com o CLG, o governo federal encerrou as negociações no último dia 1º após assinar acordo apenas com o Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proinfes) que representaria apenas 5,2 mil docentes federais, em um universo de 164,6 mil no país.

A assessoria do Ministério do Planejamento confirmou que as negociações com o corpo docente das universidades federais estão encerradas. Segundo a assessoria, o acordo já foi feito, assinado e será transformado em Medida Provisória a ser encaminhada ao Congresso Nacional e não haveria mais o que negociar. (Colaborou Luzia Santos)

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Jornal da Paraíba

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