VIDA URBANA
Dois mil alunos da UFCG correm risco de serem expulsos
Estudantes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) denunciam que expulsões podem ocorrer devido às mudanças no Regulamento de Ensino de Graduação.
Publicado em 28/07/2009 às 9:02
Rebeca Casemiro, do Jornal da Paraíba
Estudantes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) estão denunciando que cerca de dois mil alunos matriculados deverão ser expulsos da instituição devido às mudanças no Regulamento de Ensino de Graduação, aprovado pela Câmara Superior de Ensino e em vigor desde abril do ano passado. Segundo os alunos, apenas as cláusulas que visam a prejudicar os estudantes estão sendo postas em prática.
A mudança foi aprovada, segundo o presidente da Câmara Superior e pró-reitor de Ensino, professor Vicemário Simões, após várias reuniões e debates, com o objetivo de promover condições de melhorias no ensino. Mas, para o Diretório Central dos Estudantes, os alunos estão sendo prejudicados.
Com a mudança, o aluno que for reprovado três vezes em uma mesma cadeira deverá ser jubilado da universidade. Segundo o professor Vicemário, a medida foi amplamente divulgada durante o período de matrículas dos alunos e visava a oferecer mais vagas aos novos egressos. “Desde quando foi aprovada, os alunos foram comunicados, no comprovante de matrícula, que estava entrando em vigor a nova regulamentação. Essa medida não é nova e não entendo por que essa insatisfação agora, pois já está em vigor há três períodos”, revelou.
Os estudantes alegam que uma das cláusulas que beneficiariam os estudantes, com a implantação de um Regime Especial de Recuperação, não está sendo cumprida. “Eu sou aluno com mais de 90% do curso concluído e estou prestes a ser desligado sem ter direito a nenhuma assistência para me recuperar ou melhorar meu desempenho nas cadeiras perdidas. A universidade está usando dois pesos e duas medidas”, afirmou Anderson Morais, aluno do curso de Engenharia Elétrica.
Pela norma, alunos que perderem uma disciplina com média entre 4 e 4,9 poderiam ter direito a um acompanhamento especial diferenciado para ajudá-lo em sua recuperação. O pró-reitor de ensino explicou que, quando aprovadas as mudanças, ficou estabelecido que haveria um prazo para a implementação do regime de recuperação, já que somente casos especiais poderão ter o direito.
“A partir desse semestre, vamos treinar professores e coordenadores para sistematizar a aplicação dessa recuperação, porque nem todo mundo vai ter direito”, alertou.
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