VIDA URBANA
Dom Aldo pede que fiéis rezem pela família
Mais de dois mil católicos participaram nesta sexta-feira (29) da Procissão do Senhor do Morto, em João Pessoa.
Publicado em 30/03/2013 às 6:00
Ao som de cânticos, segurando terços e fazendo orações pela família, mais dois mil católicos participaram ontem da Procissão do Senhor do Morto, em João Pessoa, segundo a Arquidiocese da Paraíba. O cortejo saiu da Basílica de Nossa Senhora das Neves e seguiu pela Avenida General Osório em direção à praça João Pessoa, levando as imagens sacras de Maria e de Cristo Crucificado. Equipes da Superintendência de Mobilidade Urbana e da Polícia Militar garantiram a segurança dos participantes.
A procissão começou após uma missa. Durante a pregação, o arcebispo dom Aldo Pagotto pediu que os fiéis aproveitassem a Páscoa para refletir sobre a palavra divina e fazer orações pela família e cidade. “Estamos vivendo um momento em que nossas crianças e juventude estão sendo destruídas pelas drogas. Não podemos deixar de orar pela nossa família, por nossos governantes, cidade, Estado e país. Temos que lembrar a paixão de nosso Senhor que deu a vida para nos dar vida”, disse.
Com pés descalços, o arcebispo beijou a imagem de Jesus Cristo, ato que foi seguido pelos fiéis, antes de seguirem em procissão. A dona de casa Maria de Fátima Cunha, 56 anos, peregrinou com as sandálias nas mãos. “Senti vontade de ficar descalça para agradecer a Deus por todas as bençãos alcançadas neste ano”, disse.
“Não tenho nada a pedir. Deus já nos deu a vida e isso é o suficiente para sermos felizes. Vim apenas agradecer”, completou, a aposentada, Jeanete França, 68 anos.
EM CAMPINA GRANDE
Em Campina Grande, a 122 quilômetros de João Pessoa, os católicos também participaram da celebração e procissão do Senhor Morto. Na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, o bispo diocesano dom Manoel Delson lembrou do julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura do Filho de Deus, que entregou sua vida para salvação dos pecadores.
Durante a homília, dom Delson enfatizou a necessidade do mundo se voltar mais para as coisas divinas e, desta forma, reconhecer o imenso gesto de amor de Jesus, que assumiu seu compromisso para redimir a humanidade, chegando a ser humilhado e renegado por seu povo, mas não deixando de cumprir a missão assumida diante do Pai.
Após a celebração, a equipe litúrgica e os milhares de fiéis acompanharam a imagem de Cristo morto, em procissão.
A aposentada Maria da Guia Barbosa Agra, 69 anos, não escondia a emoção de louvar ao Senhor e agradecer por todas as bênçãos recebidas. “Essa é uma data muito linda, que desde criança faço questão de acompanhar, para poder reverenciar aquele que deu sua vida por nós”, disse. (Tatiana Brandão)
VIA SACRA
Os momentos de sofrimento, crucificação e morte de Jesus Cristo foram recordados na manhã de ontem durante a realização da Via Sacra, na Catedral Basílica de Nossa Senhora da Neves, em João Pessoa, e na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande.
Na capital, as 15 estações da Via Sacra que representam a Paixão de Cristo foram encenadas por jovens de movimentos pastorais da Basílica de Nossa Senhora das Neves. O momento de oração dos fieis foi acompanhado pelo arcebispo da Paraíba dom Aldo Pagotto, que destacou a importância de se preservar a juventude na sociedade, proporcionando atividades que livrem os jovens das drogas e da violência.
“A superação disso está no trabalho e na qualificação dos jovens, aproveitando esta geração e dando uma missão aos jovens. Porque a violência acontece quando a gente não tem uma perspectiva de futuro”, completa.
Entre os fiéis que lotaram a Basílica da capital estava a aposentada Júlia Guerra Nóbrega. Aos 100 anos, ela participa dos ritos da Semana Santa na Catedral desde a década de 1940 e ontem veio com mais três amigas do coral da igreja para meditar sobre os momentos de Cristo no Calvário. A aposentada revela que a cada ano sente a fé renovada com a celebração da Páscoa. “Vendo esta encenação desses jovens é mesmo que um quadro vivo do que foi o sofrimento de Jesus”, declara.
Em Campina Grande, a mensagem deixada pelo padre Márcio Henrique, que conduziu os católicos na Catedral de Nossa Senhora da Neves, foi para que os fiéis vivam o sentido da Paixão de Cristo no dia a dia e não só na Semana Santa. “A Via Sacra recorda os momentos dolorosos de Cristo que entregou a sua vida pela humanidade. A importância reside no entendimento e na
realização do exemplo de Jesus no nosso cotidiano e nas nossas mudanças pessoais”, disse. (Katiana Ramos /Isabela Alencar)
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