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VIDA URBANA

Em seis meses, João Pessoa tem mais de 900 denúncias de violência contra a mulher

Região Sul tem a maior quantidade de casos, segundo dados da Polícia Civil.

Publicado em 09/07/2020 às 15:49 | Atualizado em 10/07/2020 às 7:33


                                        
                                            Em seis meses, João Pessoa tem mais de 900 denúncias de violência contra a mulher
(Foto: Francisco França)

Durante os primeiros seis meses de 2020, a cidade de João Pessoa registrou pelo menos 911 casos de violência contra a mulher. Os números são do banco de dados do Sistema de Procedimentos Policiais (SPP), da Delegacia Geral da Polícia Civil, e foram divulgados na quinta-feira (8).

Conforme o levantamento, o mês com a maior quantidade de denúncias foi janeiro, com 226 ocorrências notificadas, enquanto o mês de maio registrou a menor quantidade de registros, com 104 casos. Após a queda registrada em maio, as denúncias de violência contra a mulher voltaram a crescer em junho; foram 133 ocorrências.

A região Sul de João Pessoa tem 52% das ocorrências, ocupando o primeiro lugar da lista de regiões com as maiores quantidades de denúncias de violência feminina, com 477 notificações. Já 48% dos casos foram registrados na região Norte da capital, com 434 deles.

O bairro de Mangabeira lidera o ranking de localidades que possuem os maiores números de casos, com 100 denúncias. Em seguida está o bairro do Valentina, com 59 casos, e o Cristo Redentor, com 55 casos.

Violência e isolamento social

A subcoordenadora da Delegacia da Mulher na 1ª Região de João Pessoa, delegada Renata Matias, explica que apesar da retração nas denúncias de violência contra a mulher, registrada nas primeiras semanas de isolamento social em decorrência da pandemia da Covid-19, os números voltaram a crescer com a divulgação de outros meios para denúncias, além do telefone.

"Percebemos que no início do isolamento social tivemos uma retração na procura dos nossos serviços, porque as pessoas ficaram em casa. Mas com o decorrer do tempo, os números voltaram a ser os mesmos. Tivemos outras estrategias de denúncia para facilitar o acesso dessas mulheres à Polícia.", comentou.

A delegada lembra que apesar da casa ser o lugar mais seguro diante da pandemia da Covid-19, muitas mulheres foram obrigadas a conviver com seus agressores, e não teriam como realizar denúncias sem que fossem percebidas.

"Em tese, o lar é o lugar mais seguro para todas as pessoas, mas para as mulheres que sofrem violência a realidade é diferente: O lar se torna o lugar mais inseguro. Se junta isso à questão da pandemia, pode haver uma potencialização. Durante a quarentena, a situação de violência permanece. Pode haver fatos que aconteceram pela primeira vez na pandemia, mas há situações que já era comuns.", conclui.

Canais de denúncia

Desde o 20 de março de 2020 já é possível usar a internet para comunicar à Polícia Civil ocorrências de qualquer natureza, desde que não sejam urgentes e não precisem de perícias. A medida busca evitar a circulação de pessoas nas ruas e, com isso, prevenir a contaminação pela Covid-19.

Os principais canais de denúncia contra crimes, incluindo a violência contra a mulher, são:

  • Delegacia online
  • 180 (Central de Atendimento à Mulher)
  • 197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
  • 190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência)
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Bruna Couto

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