Equipe da escola é um exemplo para integrantes do projeto

O exemplo citado pelas alunas Lúcia e Thaís é a atriz e professora de teatro Fabíola Morais Agripino, que, embora já tenha contribuído para a formação de centenas de jovens, ainda conserva a mesma disposição para ensinar que tinha no início de sua trajetória como educadora. De acordo com ela, o motivo é a energia que a troca constante de experiências com os alunos traz. Mais do que instruir, Fabíola faz questão de caminhar de mãos dadas com eles para garantir que tenham autonomia e segurança.

“Gosto dos alunos como mãe mesmo. E em muitos deles, vejo meu próprio filho”, comenta. “Com eles, eu aprendo a ser feliz e acho que essa é a primeira grande lição que me deram, porque, apesar da dureza da vida, eles têm uma alegria de viver que só criança tem – e que a gente vai crescendo e perdendo. É por isso que nos dias de aula eu saio daqui renovada, com uma alegria muito grande”, acrescenta.

A alegria de Fabíola ecoa também no sucesso de suas aulas, que acontecem em parceria com a também atriz e professora Ingrid Trigueiro. Desde o início do ano, dos 20 alunos que optaram pelas oficinas de teatro, 18 ainda continuam firmes trabalhando a concentração, a expressão corporal, entre outras construções. Grande vilã das ações educativas, neste caso, a evasão foi pequena e os vínculos de afeto entre os participantes se tornaram mais fortes, algo que orgulha Fabíola. "Cada vez mais eu sinto prazer em estar aqui”.

O aluno José Ivan de Freitas, de 15 anos, está há alguns meses no projeto e se diz mudado pelo contato com as aulas de Fabíola e dos outros educadores. O jovem, que antes era calado e tímido, hoje em dia se expressa melhor e tem uma postura mais firme no dia a dia. “O ensino aqui é ótimo e, além disso, tem a amizade de todos. É muito bom ter esse apoio e poder compartilhar com eles o que eu sinto. Tenho confiança total neles”, relata.

E essa confiança foi fundamental para as histórias bem sucedidas de antigos integrantes do projeto. Alunos que já passaram pela escola atualmente se destacam em corais e grupos de teatro pelo país. Fora isso, o acolhimento da equipe também resultou em conquistas em outras áreas. “Outro dia, fiquei emocionada quando liguei a televisão e vi uma aluna nossa sendo aprovada em um projeto de robótica e indo representar a Paraíba em Minas Gerais. Não temos trabalhos de robótica, mas com certeza temos uma parcela de contribuição para essa vitória, porque sempre estivemos presente, junto à escola, ajudando-a”, comenta Fabíola.

Para a professora, o compromisso com a formação dos alunos vai além da mera obrigação profissional. “É dever de todo ser humano cooperar para a evolução do planeta. E como educadora esse dever duplica. A criança não precisa ser meu filho para eu ter o compromisso de educar e melhorar a vida dele. Para mim, ainda há esperanças de evoluirmos mais, de subirmos mais degraus”, finaliza.