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VIDA URBANA

"Foi uma surpresa", diz irmão de vítima sobre prisão de novo suspeito de chacina

Marvin foi apresentando na manhã de hoje. "Não sei como estão as mentes dos jovens", disse irmão.

Publicado em 28/10/2016 às 18:13

A prisão do estudante Marvin Henriques Correia como suspeito de participação na chacina dos paraibanos na Espanha pegou de surpresa familiares das vítimas. Quando souberam do fato, parentes de Janaína Santos Américo se dirigiram para a Central de Polícia de João Pessoa para acompanhar a coletiva onde os detalhes da investigação foram apresentados.

“Foi uma surpresa para nós”, afirmou George Santos Américo, irmão gêmeo de Janaína. Ele destacou que quando foi informado do fato, a princípio, não acreditou, por isso foi até a Central de Polícia. “A pessoa vê um crime bárbaro desse acontecendo e ao invés de tentar impedir, colabora. É muito difícil”, pontuou George.

A prisão de Marvin aconteceu na manhã desta sexta-feira (28), no bairro do Bessa, em João Pessoa. Segundo a Polícia Civil da Paraíba, ele se comunicou diretamente com Patrick quando este matava o tio Marcos Campos Nogueira, da esposa dele, Janaína, e dos dois filhos do casal . O assassino confesso pediu dicas de como proceder e esquartejar os corpos antes de colocá-los dentro dos sacos plásticos. O contato acontecia por meio de WhatsApp. O jovem confirmou participação no crime.

“Não sei como estão as mentes dos nossos jovens”, lamentou George, sobre o fato do suspeito ter apenas 18 anos. “Estou com a cabeça a tempo de explodir, não sei o que fazer com relação a esse garoto”, completou.

Marvin foi preso por pedido do Ministério Público da Paraíba, depois que o órgão teve acesso ao inquérito que estava sendo conduzido pela Polícia Federal e foi encerrado após Patrick se entregar na Espanha. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça na quinta-feira (27), mas cumprido apenas na manhã desta sexta-feira (28).

"Durante a execução do crime, Patrick conversava pelo WhatsApp em tempo real com o suspeito preso na Paraíba. Patrick perguntava como agir, como ele podia ocultar os corpos, o que fazer", disse, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (28), o delegado Reinaldo Nóbrega, que realizou a prisão.

Reinaldo Nóbrega relatou detalhes da participação indireta de Marvin no caso. Segundo ele, o estudante recebeu de Patrick fotos dos corpos multilados via WhatsApp. Por sua vez, o jovem deu seu celular a um amigo contendo as fotos dos cadáveres, esse amigo abriu o aplicativo no celular do suspeito e viu as fotos dos corpos esquartejados. O jovem levou o celular do amigo de Patrick para a Polícia Federal.

Mesmo confirmando participação, o jovem se mostrou arrependido e disse que achava que isso não seria crime. "Participou esclarecendo alguns pontos osbcuros", acrescentou Reinaldo Nóbrega. O jovem se encontrou com Patrick duas vezes após o crime em João Pessoa.

Segundo o advogado de Marvin Henriques, Sheyner Asfora a prisão é apenas preventiva e vai esperar a conclusão do inquérito para confirmar se ele teve participação no crime. "Fui contactado pelos familiares para estar aqui neste momento em que ele foi detido, e decretada sua prisão preventiva. Neste primeiro momento o que se está apurando é se ele efetivamente participou do crime de homicídio. Se tem alguma conclusão no sentido de que ele instigou, ajustou, determinou, ou auxiliou de alguma forma a prática do homicídio", afirmou.

De acordo com o delegado Reinaldo Nóbrega, ele tem um prazo de 10 dias para a conclusão do inquérito contra Marvin. O jovem vai ficar detido na carceragem da Central de Polícia durante o final de semana e deve passar por uma audiência de custódia na segunda-feira (31). Ele deve responder como partícipe em crime de homicídio.

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Jornal da Paraíba

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