VIDA URBANA
Guarda Municipal de CG atua sem arma e com déficit de profissionais
Discussões acerca do uso de armas ainda não foram definidas e os agentes continuam enfrentando as ruas desarmados.
Publicado em 27/11/2015 às 8:35
Guardar o patrimônio público, coibir delitos, como roubos e furtos flagrados nas ruas de uma cidade de mais de 400 mil habitantes não tem sido uma tarefa fácil para os 52 guardas municipais que atuam em Campina Grande. Além do déficit de efetivo, que deveria corresponder a cerca de 400 agentes, os guardas atuam sem o porte da arma de fogo, o que lhes daria mais segurança em razão da insuficiência de pessoal nas forças estaduais de segurança. A garantia foi dada através da lei federal 13.022/2014, mas em Campina Grande, as discussões acerca do uso ainda não foram definidas e os agentes continuam enfrentando as ruas desarmados.
Como a violência é algo presente no cotidiano da cidade, não é incomum que os guardas sejam procurados após assaltos e roubos, como relatou o guarda municipal Bôscoli. “Isso acontece todos os dias. As pessoas nos procuram pelos mais variados motivos, e em 90% dos casos, são assaltos. Até nós mesmos estamos em risco, sem os equipamentos necessários para o trabalho. Isso nos desmotiva”, afirmou, ao complementar a dificuldade que é enfrentar bandidos que, na maioria das vezes, estão armados. “Todos os dias fazemos apreensões de armas brancas e já fizemos também de armas de fogo, é um risco constante, já houve situações que colocaram em risco tanto a população, quanto os próprios guardas municipais”, comentou.
Segundo ele, os guardas municipais participaram de um treinamento ministrado pela Polícia Militar para a utilização de armas de fogo, que teve duração de quatro meses e meio e agora só o que falta é o equipamento, que vai ajudá-los a enfrentar situações perigosas, tendo como se defender. “Nós sabemos que somos vistos como agentes de segurança e temos vontade de trabalhar, mas as condições são complicadas, nós fazemos o nosso trabalho, mas não dá pra garantir o retorno que a população espera”, afirmou Bôscoli.
Comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar da Paraíba (BPM), na cidade, o major Gilberto Felipe apoia as reivindicações da Guarda Municipal, tendo em vista que, para ele, o suporte da Guarda e a integração do trabalho, que já existe, traz bons resultados para a segurança pública. “Todo trabalho integrado é bom para a comunidade, é um somatório de forças. Já que a segurança é dever do Estado e responsabilidade de todos, nessa junção de organismos quem ganha é a sociedade”, pontuou.
Conforme Rivadávia Colaço, que assumiu temporariamente a chefia interina da Guarda Municipal da cidade, por dia, são cerca de 15 agentes nas ruas. Eles estão presentes em repartições públicas, monumentos e praças da cidade em forma de rodízio. No entanto, só existem duas viaturas destinadas à guarda municipal em Campina Grande.
Sobre o assunto, o chefe de gabinete da Prefeitura de Campina Grande, Jóia Germano, a quem a Guarda está subordinada, disse que a gestão municipal não ignora o pleito dos servidores, mas ainda está avaliando qual a melhor forma de resolver a questão do porte de arma, seguindo os pontos determinados por lei. Sobre o efetivo, ele informou que não há previsão de novas contratações por conta das dificuldades financeiras enfrentadas pela gestão, resultado da crise econômica.
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