VIDA URBANA
JP tem déficit de Agentes Comunitários de Saúde
Falta de profissionais compromete a cobertura dos agentes de saúde na capital; déficit é de pelo menos 200 agentes.
Publicado em 12/09/2012 às 6:00
O crescimento demográfico de João Pessoa não foi proporcionalmente acompanhado pelo número de Agentes Comunitários de Saúde (ACSs). Esses profissionais são responsáveis por levar à população cuidados básicos de prevenção diretamente nas casas. O Sindicato de Agentes Comunitários de Saúde (Sindacs-PB) calcula que haja um déficit de pelo menos 200 agentes. O baixo contingente atuante se reflete no atraso nas visitas periódicas aos domicílios ou a ausência do serviço em ruas novas da capital.
De acordo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de João Pessoa saltou de 497.600 habitantes em 2001 para 723.515 atualmente. Em pouco mais de dez anos, registrou-se um acréscimo de mais de 200 mil pessoas. O crescimento populacional mudou o mapa da cidade, dando origem a novos bairros, sobretudo na região sul.
O território de João Pessoa é dividido em cinco distritos sanitários, por onde se distribuem as 180 Unidades de Saúde da Família (USF). A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) conta atualmente com 1.538 agentes Comunitários de Saúde (ACSs), que visitam mensalmente uma média de 150 famílias. Segundo a diretora de Atenção à Saúde, Tâmara Guedes, o quadro está completo, sem registro de déficit no efetivo.
A secretária-geral do Sindacs-PB, Vera Lúcia de Lima, avalia que o serviço de atendimento em domicílio tem sido menos eficiente devido ao crescimento da cidade. “Em 2003 a cobertura era de 100%, conseguíamos fazer as visitas regulares a todas as residências. Hoje nossa cobertura é em torno de 80%, isso acontece por que a cidade está crescendo muito e em alta velocidade, principalmente no distrito número três, que inclui os bairros da zona sul, onde se detecta a maior quantidade de casas novas”.
Para Vera Lúcia, seria necessária a contratação de no mínimo mais 200 profissionais para atender à demanda atual. “O ACS desenvolve trabalho de prevenção e promoção de saúde, aproximando do cidadão os serviços públicos oferecidos nos PSFs. Fazemos o acompanhamento de hipertensos, diabéticos, gestantes e crianças, dentre outras ações. Na zona sul, os moradores de áreas descobertas podem recorrer ao Centro de Atenção Integral à Saúde, o Cais de Mangabeira”, informa Vera.
A diretora de Atenção à Saúde da SMS, Tâmara Guedes, confirma que não há o quantitativo ideal de agentes e a cidade conta atualmente com 89% de cobertura da saúde da família. A diretora argumenta que o número de ACS acompanha a estratégia de saúde da família e cresce proporcionalmente ao número de USFs, logo só se podem contratar novos ACSs quando chegar à quantidade ideal de USFs. “O contingente de agentes é compatível com o número de USF que temos em João Pessoa. A questão é que essas unidades é que já não são suficientes devido ao crescimento populacional”, declara.
Tâmara Guedes afirma que as USFs estão sendo instaladas aos poucos, de acordo com o crescimento da cidade, e cita as unidades novas de Mangabeira VII e Bessa. “Mesmo com algumas deficiências, João Pessoa possui uma boa avaliação junto ao Ministério da Saúde e foi classificada como a segunda capital nordestina em cobertura da saúde da família. A Secretaria está trabalhando para ampliar a rede de USF e assim poder aumentar o número de agentes”.
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