VIDA URBANA
Maior taxa de mortes foi em 2011, com 44,28
Assassinatos começaram a ser contabilizados em 2002 e atingiram ponto máximo em 2011
Publicado em 15/02/2015 às 11:00 | Atualizado em 22/02/2024 às 11:33
Inicialmente, conforme a análise do coordenador da pós-graduação em estatística da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) João Agnaldo do Nascimento, houve um crescimento anual no número de crimes contra a pessoa no Estado. Em 2002, primeiro ano com dados divulgados pela Secretaria da Segurança e Defesa Social (Seds), em cada 100 mil pessoas, 16,88 foram assassinadas. Esse número cresceu nos anos seguintes, chegando ao seu pico no ano de 2011, com 44,28 pessoas mortas de forma violenta a cada grupo de 100 mil. Depois daquele ano, teve início uma série de discretos decréscimos nesses números – 2012: 40,40; 2013: 40.03; 2014: 39.17) – o que, segundo o especialista, não indica que esteja havendo um controle da situação.
“O índice de crescimento de homicídios parou de subir exponencialmente a partir de 2011 e isso não significa que está sob controle porque decai numa proporção muito pífia, não decai com os incrementos que evoluíram. Subiu rapidamente, a patamares elevados, mas estão decaindo de forma muito lenta para poder afirmar que a violência está sob uma política de combate que eficazmente a fizeram descer tão rápido quanto cresceram. É uma queda lenta, mesmo com a conquista de sua interrupção de crescimento”, analisou.
O professor ainda fez a média de crescimento populacional e, da mesma forma, de homicídios nos últimos 10 anos na Paraíba. Enquanto a população cresceu 8,8% entre 2004 e 2014 (indo de 3,5 para 3,9 milhões de habitantes), o índice de homicídios cresceu 20 vezes mais, 124,1% (indo de 675 para 1.513 assassinatos). “A violência repousa em patamares altos e inaceitáveis. Com esse crescimento vertiginoso, para chegar ao que registramos em 2004, seria necessário esperar mais 20 anos e dois meses, isso considerando a taxa de crescimento dos últimos três anos. Até lá, você ou seu filho poderão ser vítimas da violência”, comentou.
Com uma população quase estável e um índice de homicídios nas alturas, o professor avalia que os investimentos em segurança pública tiveram um avanço, pois eles permitiram o leve decréscimo do índice nos últimos anos. Contudo, elas ainda são incipientes, pois propiciaram uma redução bem abaixo da taxa de crescimento. “Foram 10 anos de descaso que agora pagaremos com pelo menos 20 anos”, completou.
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