VIDA URBANA
Médicos estrangeiros já começam a chegar
Primeira etapa de treinamento prévio com os médicos estrangeiros começa nesta segunda-feira (26) e acontece em oito capitais.
Publicado em 24/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 16:20
O primeiro grupo de estrangeiros do programa Mais Médicos começou a chegar ontem ao Brasil para iniciar na segunda-feira a primeira etapa de treinamento prévio. Em Brasília, quatro estrangeiros e um brasileiro formado na Espanha foram recebidos agora no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.
Entre eles, o brasileiro Thiago Carvalho, que volta para Rio Branco, e a espanhola Sônia Gonzalez, que decidiu trabalhar no distrito indígena do Alto Rio Negro, na Amazônia.
Ao todo, chegam neste fim de semana 145 estrangeiros e 99 brasileiros formados no exterior que serão treinados em oito capitais. Em São Paulo, ficarão 47 profissionais e em Brasília, 23, a maioria destinados a distritos indígenas. O grupo chegou no início da tarde por um voo da TAP e ficará hospedado num alojamento militar e terão aulas na Universidade de Brasília (UnB).
O curso de treinamento dura três semanas e inclui legislação, funcionamento e atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS) com enfoque na atenção básica. Também haverá aulas de português, com avaliação das habilidades linguísticas dos estrangeiros.
Carvalho, formado na Espanha, é natural da capital do Acre, para onde volta com a mulher e dois filhos. "Como eu estudei na Europa, com essa oportunidade do programa Mais Médicos, eu volto para minha casa e com o propósito de trabalhar na minha região", afirmou.
"Sou brasileiro, a gente tem de arregaçar as mangas e trabalhar."
Sônia, que trabalhou numa missão na África, disse que a motivação é aprender. Deixou um emprego público em Portugal e veio com o filho. "Estou ao mesmo tempo emocionada com o desconhecido, mas com muita vontade mesmo de trabalhar e ter uma nova experiência", afirmou.
Neste fim de semana, chegará também o primeiro grupo de 400 médicos cubanos "importados" pelo governo depois de um acordo triangular entre Brasil, Cuba e a Organização Pan-Americana de Saúde. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha anunciou, na última quarta-feira, a decisão de trazer 4 mil cubanos para suprir as vagas não preenchidas nas inscrições individuais.
Perguntado sobre as constantes críticas que o programa recebe, Padilha elogiou a disposição dos profissionais que chegaram e lembrou que as vagas preenchidas pelos estrangeiros são aquelas que os brasileiros não quiseram. "Vamos até o fim. O que nos move é levar médicos onde não existem médicos no País", afirmou. "Eu sei a diferença entre um médico perto do paciente, perto da comunidade. Isso faz a diferença em qualquer situação", afirmou
REUNIÃO NA PARAÍBA
O Ministério da Saúde promoveu ontem, em João Pessoa (PB), reunião com prefeitos e secretários de Saúde dos municípios paraibanos que receberão médicos pelo Programa Mais Médicos.
No encontro, os participantes alinharam os últimos detalhes para recepção e acolhimento dos profissionais nessas cidades.
A Paraíba vai receber 51 médicos pelo programa, sendo 47 brasileiros e 4 com registro profissional de fora do país. As informações são da Agência Brasil.
Os gestores municipais devem acessar o site do sistema do Mais Médicos até o dia 26 de agosto para confirmar a participação dos profissionais selecionados, bem como informar as unidades onde atuarão.
SEM ESTUDANTES, PRÉ-TESTE É ADIADO
O pré-teste do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), que seria feito amanhã por estudantes brasileiros do sexto ano de medicina, foi adiado e está ainda sem data definida. O motivo é a baixa adesão. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 2.353 concluintes do curso se candidataram, mas apenas 505 confirmaram a participação no estudo. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o baixo número impede que os resultados do pré-teste atinjam o objetivo de subsidiar a subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos em suas decisões.
O Inep diz que continuará o diálogo com as instituições de ensino superior para definir uma nova data para a realização do estudo. O objetivo do pré-teste é avaliar se o Revalida está dentro das diretrizes curriculares brasileiras. A adesão é voluntária e, em troca, os candidatos recebem um auxílio de R$ 400. O pagamento do auxílio foi criticado. Na semana passada, o líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO), protocolou no Ministério Público da União uma representação para impedir o pagamento do auxílio.
Criado em 2011, o Revalida é aplicado uma vez por ano, em duas etapas. A primeira é uma avaliação escrita, composta por uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e uma discursiva. Na segunda etapa, avaliam-se as habilidades clínicas.
Entram na avaliação conteúdos e competências das cinco áreas de exercício profissional: cirurgia, medicina de família e comunidade, pediatria, ginecologia-obstetrícia e clínica médica.
Comentários