VIDA URBANA
Moradores do Bancários vivem rotina de assaltos
Situação é mais gritante na localidade conhecida como "Três Ruas", denunciam os moradores.
Publicado em 22/08/2014 às 11:47
Seja de manhã, à tarde ou à noite, moradores do Bancários, em João Pessoa, afirmam não terem sossego devido a uma onda de assaltos que assola o bairro. O fato é mais preocupante para quem mora na localidade conhecida como 'Três Ruas'. Lá, conforme relatos, bandidos trafegam livremente portando facas e armas de fogo e fazendo vítimas pelo menos três vezes por dia. A Polícia Militar reconheceu o problema e assegurou um reforço no patrulhamento do local.
Quem mora nessa região do bairro dos Bancários há muito tempo diz que isso não é novidade. A costureira Luzia Maria Bezerra, por exemplo, comentou que reside nas 'Três Ruas' há 33 anos. Ela conta os casos de assaltos ocorridos por lá.
“Assaltos? Aqui é direto. É gente sendo assaltada todo dia. Meu vizinho mesmo teve sua mulher feita de refém dentro do banheiro de casa, depois o bandido saiu de casa sorrindo. Isso faz tempo, mas essa semana mesmo já teve assalto aqui”, declarou.
E há quem diga que nem ir à missa é algo tranquilo mais. Na localidade, há a Paróquia Menino Jesus de Praga, segundo moradores, uma igreja muito frequentada e que acaba sendo visada por assaltantes. A dona de casa Eliane Duarte, por exemplo, relatou um momento em que um flanelinha foi assaltado enquanto olhava carros durante a missa dominical.
“Isso faz pouco tempo. Nas missas dá muita gente e muito carro aqui, sabe? Então esse menino vem olhar os carros. Aí veio um assaltante, roubou o que ele tinha, mandou ele se virar e foi embora. Aqui é perigoso demais. Há quem deixe de vir pra missa por medo”, lamentou.
Outra pessoa que lembrou de um assalto ocorrido no local foi o estudante Aleph Modesto, de 12 anos. Ao lado da sua avó, a aposentada Francisca Modesto, ele relembrou o momento de terror pelo qual passou nas mãos de um assaltante. “Eu estava voltando da escola, era umas 18h da noite, quando um menino me parou, colocou uma faca na minha barriga, me ameaçou e pediu meu celular. Eu disse que não tinha, aí ele foi indo na minha direção, se desequilibrou numa pedra e caiu. Foi então que eu aproveitei para fugir”, lembrou.
Segundo a sua avó, o momento a fez ter cuidados redobrados com o neto, passando a levá-lo à escola todos os dias. Além disso, ela declarou que o medo é frequente na vida de quem mora nas redondezas. “Eu não ando com nada, não passo à noite, não ando sozinha. É a única forma de se prevenir porque é perigoso demais aqui. Eu estou estudando agora e quando desço do ônibus saio correndo, sem olhar para trás, até chegar em casa”, disse. “Falta policiamento aqui, a gente vive inseguro”, comentou.
O policiamento do local é de responsabilidade do 5º Batalhão de Polícia Militar, comandado pelo major Sena. A reportagem tentou contato com ele, porém nenhuma das ligações feitas foi atendida.
A reportagem ainda entrou em contato com a assessoria de comunicação da PM para que o órgão pudesse dar algum posicionamento. Esta, por sua vez, informou que é de conhecimento da polícia que ocorreram alguns assaltos naquela região e, por esse motivo, o policiamento está sendo reforçado com o apoio da Rotam e da Força Tática, além de viaturas da radiopatrulha da área.
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