VIDA URBANA
Motoristas de ônibus iniciam greve em CG
Toda a frota de ônibus da cidade, composta por 220 veículos, deixará de circular; Sitrans informou que vai procurar a Justiça.
Publicado em 23/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/02/2024 às 17:47
Depois de duas rodadas de negociação sem sucesso, os motoristas de ônibus de Campina Grande decidiram, na tarde de ontem, deflagrar greve por tempo indeterminado na cidade. A paralisação teve início à 0h de hoje e, segundo o Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Campina Grande (Simcof), toda a frota de ônibus da cidade, composta por 220 veículos, deixará de circular. Após a decisão da categoria, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sitrans) informou que vai procurar a Justiça ainda hoje caso os motoristas cruzem os braços.
As negociações para definir o reajuste salarial da categoria tiveram início na última quinta-feira, quando os empregados pediram 16% de reajuste, e os empresários fizeram uma contraproposta de 7%. Como não houve acordo, uma nova reunião foi marcada para a tarde de ontem na sede da Delegacia Regional do Trabalho. Desta vez, a categoria reduziu o percentual de 16% para 12%, e os empresários, ao invés de 7%, ofereceram 7,2%.
Em meio às discussões, houve uma nova redução de 12% para 11% no pedido de reajuste, mas, como os empresários mantiveram a proposta de 7,2%, os empregados decidiram pela greve. “Estamos decididos a parar. Estávamos aqui para conversar, e eles até conversaram, mas não chegaram onde queríamos. Então, vamos parar geral e ver o que acontece”, afirmou o presidente do Simcof, Antonino Macedo, ao informar que cerca de 600 motoristas vão cruzar os braços hoje.
Outro fator que pesou para a deflagração da greve diz respeito às cláusulas econômicas exigidas pela categoria. “Queremos um valor único para o vale alimentação e reajuste de 2% para 3% da comissão paga aos motoristas que fazem o serviço de cobrador. Durante a reunião eles fizeram a proposta de dar 7,2% de reajuste e manter as cláusulas da convenção do ano passado, e a categoria não aceita”, acrescentou.
Já o empresário Alberto Pereira, que integra a diretoria do Sitrans e conduziu as negociações com a categoria, classificou a greve como precipitada e disse que os empresários não têm condições de arcar com os 11% reivindicados. “Eles estavam pedindo 12%, quando a inflação do período foi de 6%.
Oferecemos 7,2% e mesmo assim eles pediram 11%, percentual que as empresas não têm condição de arcar pois também há outras cláusulas econômicas sendo reivindicadas”, explicou.
O empresário disse ainda que, uma vez iniciada a greve, as empresas vão procurar a Justiça para assegurar a manutenção do efetivo mínimo. “Vamos tomar as providências para que eles mantenham a frota essencial, já que é um trabalho essencial para a população”, informou Alberto, acrescentando que “se a greve for ilegal vamos descontar os dias e demitir por justa causa, pois não podemos aceitar que a vontade do presidente do sindicato traga prejuízo para a população”.
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