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VIDA URBANA

MP apura denúncia de negligência no Trauma de CG

Demora na realização da cirurgia do aposentado que morreu, pode estar relacionada com paralisação dos anestesistas da unidade.

Publicado em 03/02/2012 às 6:30


O Ministério Público (MP) está apurando uma denúncia de morte por negligência no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, que teria levado à morte o aposentado Antônio Domingos Coelho, 74 anos, morador do município de Junco do Seridó, no Seridó paraibano. O aposentado necessitava de uma cirurgia que não teria sido realizada no hospital devido à paralisação dos anestesistas na última quarta-feira.

A denúncia foi formulada pelo professor Everaldo Donato Coelho, 43 anos, filho do aposentado. Segundo informações registradas na Promotoria da Saúde, Antônio deu entrada no Hospital de Trauma na noite da última terça-feira, sentindo fortes dores abdominais. Na manhã do dia seguinte, seu estado de saúde piorou e, após a realização de um ultrassom, ele foi encaminhado para uma cirurgia, que só foi realizada na tarde da última quarta-feira.

De acordo com o promotor interino da Saúde, Clístenes Bezerra, o filho alega que a morte do aposentado foi provocada devido à demora para realização da cirurgia, que foi realizada nas dependências do Hospital Antônio Targino. “O paciente precisou ser transferido devido à paralisação dos anestesistas e a família alega que há omissão no atendimento devido ao tempo para transferi-lo”.

O diretor-geral do Hospital de Trauma, Geraldo Medeiros, negou que houve negligência no atendimento. “O paciente apresentou um quadro de aneurisma de aorta abdominal tamponado por um coágulo, que rompeu e provocou hemorragia, causando a morte pela perda de sangue na cavidade abdominal”, explicou.

Segundo Geraldo Medeiros, durante a transferência o paciente recebeu total assistência, sendo acompanhado por uma equipe de enfermagem e um médico. “Dois cirurgiões do Hospital de Trauma foram deslocados para realizar a cirurgia, o que aconteceu foi uma fatalidade, já que nestes casos a possibilidade de óbito é praticamente 100%”, declarou.

O Ministério Público solicitou à direção do hospital os prontuários de atendimento. “Aparentemente não há omissão propriamente dita, uma vez que o paciente recebeu atendimento e chegou a ser submetido à cirurgia, indo a óbito durante o procedimento. Vamos analisar os prontuários para constatar se houve ou não demora no atendimento e tomar providências caso seja necessário”, informou o promotor Clístenes Bezerra.

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Jornal da Paraíba

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