VIDA URBANA
MP quer que prefeituras transportem crianças com microcefalia
Órgão vai exigir que municípios transportem crianças para tratamento no Hospital Pedro I, em Campina Grande.
Publicado em 16/03/2016 às 11:15
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) quer as prefeituras de municípios do interior do Estado em que há casos de crianças com microcefalia garantam o transporte desses pacientes e seus familiares para o tratamento no Hospital Pedro I, em Campina Grande. A dificuldade de tratamento dessas crianças foi repassada ao MPPB pela médica Adriana Melo, que é pioneira no país no estudo da microcefalia relacionada ao vírus da zika.
A promotora de Justiça da Saúde de Campina Grande, Adriana Amorim de Lacerda, já solicitou a relação dos municípios cujos casos de microcefalia estão sendo acompanhados em Campina Grande para certificar os promotores de Justiça dessas localidades sobre a situação. Os promotores deverão tomar as providências cabíveis junto ao poder público.
“Adriana Melo recorreu ao Ministério Público para forçar os prefeitos dos municípios onde há registros de casos da doença a oferecerem às famílias necessitadas transportes adequados e regulares para que elas possam conduzir os recém-nascidos até o local do tratamento”, disse a promotora Adriana Amorim , explicado a participação da médica.
O Hospital Pedro I em Campina Grande transformou-se em referência no tratamento da microcefalia por conta do trabalho de pesquisa sobre a doença realizado pela médica Adriana Melo, que atua no Instituto Municipal Elpídio de Almeida (Isea), também em Campina Grande. Atualmente, o hospital faz o acompanhamento de 30 casos de crianças com microcefalias, oriundos de praticamente todas as regiões da Paraíba.
De acordo com o relato da médica Adriana Melo, a maioria das mães desses recém-nascidos com microcefalia é carente e as prefeituras têm dificultado ou até negado o transporte para que elas possam chegar a Campina Grande e retornarem aos seus respectivos municípios após cada sessão de tratamento. Há casos, segundo a médica, em que as famílias, mesmo com dificuldades financeiras, são obrigadas a colocar combustível nos carros oficiais das prefeituras para chegarem a Campina Grande e voltarem às suas cidades.
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