VIDA URBANA
Nove assassinatos em 6 horas
Em seis horas, nove homens foram assassinados a tiros; em Santa Rita dois crimes aconteceram em menos de 40 minutos.
Publicado em 27/04/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 14:58
Assassinatos em série foram registrados na última quinta-feira, 25, em João Pessoa e Santa Rita, Região Metropolitana da capital. Em seis horas, nove homens foram assassinados a tiros, com requintes de crueldade. Três das mortes aconteceram em Santa Rita, duas delas em menos de 40 minutos. Na capital, a Zona Sul foi a mais violenta, com três homicídios. Para a Polícia Civil, a maioria dos crimes estaria relacionada ao tráfico de drogas.
A série de crimes em Santa Rita começou com a morte do vigilante Roberto Leite dos Santos, 37 anos, assassinado na Fazenda São Geraldo, distrito de Livramento. De acordo com a Polícia Militar (PM), os acusados chegaram ao local através da maré, utilizando uma canoa, e, após praticar o assassinato, fugiram utilizando o mesmo meio de locomoção. A PM chegou a realizar rondas mas não localizou os suspeitos que ainda feriram Ricardo Moreira do Nascimento, 28 anos, com três tiros. Ele foi socorrido para o Hospital de Trauma da capital, onde permanece internado em estado regular.
Em seguida, a PM encontrou o corpo de Rangel Reis, 29 anos, no interior de seu veículo, um Chevrollet Celta, com placa do Rio Grande do Norte, que estava parado em uma estrada da usina São João, em Santa Rita. O rapaz foi atingido por dois tiros na parte de trás da cabeça, que teriam sido disparados por um ocupante do banco traseiro do veículo. No carro, a Polícia Civil encontrou R$ 390 e uma pistola 380.
Ainda em Santa Rita, José Sandro Martins da Silva, 27 anos, foi assassinado por volta das 20h40, no distrito de Lerolândia. De acordo com a PM, o crime foi praticado por três homens que estavam em duas motos. A vítima foi executada com seis tiros e três perfurações de arma branca.
Na capital, no bairro de Valentina, o professor de Educação Física, Max de Lima Silva, 48 anos, foi assassinado com seis tiros em uma rua próxima à Vila Olímpica. Os responsáveis pelo crime foram dois homens que estavam em uma motocicleta.
Moradores do local revelaram que o professor realizava um trabalho social, através de uma escolinha de futebol, com crianças do bairro. A vítima havia sido detida no ano de 2011 pelo crime de estelionato.
Já no bairro Torre, também na capital, a polícia registrou um duplo homicídio por volta das 20h50, na Avenida Júlia Freire.
Cleiton Luis da Silva, 18 anos, e um homem ainda não identificado foram executados por pessoas que estavam em um veículo Corsa Sedan de cor preta. As vítimas apresentavam sinais de tortura, já que Cleiton Luis estava amarrado e amordaçado e recebeu dois tiros na cabeça. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital de Trauma, mas não resistiu.
A pouco metros desta vítima estava o corpo do homem não identificado, com três disparos de arma de fogo. De acordo com informações de testemunhas repassadas à PM, após o assassinato, os bandidos abandonaram os corpos na rua e fugiram. A polícia ainda não sabe o motivo do duplo homicídio ou se as vítimas possuíam envolvimento com o tráfico.
No bairro de Mangabeira IV, Wellington Jorge Rosendo da Silva, 34 anos, foi assassinado com cinco tiros. Segundo o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop), a autoria e as motivações para o homicídio são desconhecidas até o momento. Em Cruz das Armas, a vítima foi o adolescente José Geovane Cardoso Santos Silva, 17 anos. Ele foi assassinado com aproximadamente 15 golpes de arma branca.
Ao comunicar o crime à PM, uma testemunha revelou que um carro de cor escura havia parado nas proximidades de uma empresa de ônibus e então uma pessoa retirou do veículo um volume grande e saiu do local. Conforme o Ciop, ao chegar ao local indicado, os policiais encontram o corpo do menino. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado.
O último homicídio da quinta-feira aconteceu no conjunto de Cidade Verde, em Mangabeira, por volta das 22h43. Aderlan Porto Gonçalves, 19 anos, foi executado por dois homens que estavam em uma motocicleta de cor preta, quando passava por uma rua do conjunto. Três tiros atingiram o rapaz, que faleceu no local.
De acordo com o delegado geral de Homicídios da capital, Everaldo Pontes, ainda não é possível identificar com precisão as motivações para os crimes. Porém, pelas características dos crimes, o delegado acredita que a maioria das vítimas tinham relação com o tráfico. “Ainda estamos colhendo as informações, mas a realidade de João Pessoa é que boa parte da criminalidade está relacionada com tráfico de drogas, direta ou indiretamente”, disse. (Colaborou Katiana Ramos)
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