VIDA URBANA
Números sobre a deficiência
Pesquisa do IBGE mostra que 27,76 % dos paraibanos possuem algum tipo de deficiência.
Publicado em 01/03/2012 às 6:30
A Paraíba é o segundo estado com o maior percentual de portadores de deficiência no Brasil. Ao todo são 1.045.631(27,76%) pessoas residentes no Estado com alguma deficiência - visual, auditiva, motora ou mental-, de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número da Paraíba é superior, inclusive, ao nordestino (26,63%) e o nacional (23,92%).
Os dados comparativos estão presentes no estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia do Ceará (Ipece), que apontou que a Paraíba fica atrás apenas do vizinho Rio Grande do Norte, que lidera o ranking com um percentual de 27,86% de residentes no estado com algum tipo de deficiência. O Ceará é o terceiro estado da lista, com 27,69%, seguido pelos demais estados do Nordeste. O primeiro estado não nordestino é o Rio de Janeiro, em 9ª colocação.
A deficiência mais comum entre os brasileiros é a visual, segundo o Ipece, com o total de 18,76%, sendo que o Nordeste apresenta proporção ainda maior, com 21,19%. A Paraíba segue a tendência geral com 18,44%, o que corresponde a 694.673 pessoas com algum tipo de deficiência visual no estado. Os portadores de deficiência motora na Paraíba totalizam 320.918 (8,52%), seguidos pelos deficientes auditivos, que são 230.009 (6,10%), e os deficientes mentais, num total de 61.996 (1,64%).
Maria da Conceição Januário, 29 anos, faz parte da lista dos que são portadores de deficiência motora na Paraíba. Natural de Alagoinha, no Brejo paraibano, ela e a mãe viajam para João Pessoa pelo menos uma vez por semana para participar de sessões de fisioterapia na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad).
“Temos que nos acordar às 2h30 da manhã para conseguir chegar no horário da fisioterapia. Ela vem o caminho inteiro no meu colo, dentro do transporte alternativo, porque no carro não cabe a cadeirinha de rodas dela. Nossa vida é muito difícil com a dificuldade de locomoção, mas ela é nossa alegria e toda a família”, comenta a mãe de Conceição, Luzia Januário.
Com o destino alterado por uma fatalidade, o aposentado Francinaldo Queiroz de Sousa, 45 anos, ficou totalmente cego há quatro anos, quando desenvolveu um processo alérgico ao levar o dedo contaminado com urtiga para os olhos.
“Ainda estou me adaptando a esta nova realidade, fazendo curso de bengala e contando com a ajuda de estranhos para me movimentar nas ruas, andar de ônibus. O problema é que nem sempre as pessoas tem o coração bom”, afirma.
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