VIDA URBANA
“O ponto central dos protestos é político”
Professor Antônio Arruda esteve presente no movimento ‘Fora Collor’, realizado na Lagoa do Parque Solon de Lucena, na capital, em 1992.
Publicado em 30/06/2013 às 8:50 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:04
O professor Antônio Arruda esteve presente no movimento ‘Fora Collor’, realizado na Lagoa do Parque Solon de Lucena, na capital, em 1992. “O protesto seguiu uma manifestação nacional pela saída do então presidente. Lembro que a concentração começou no Ponto de Cem Réis e que a Lagoa ficou lotada. Na época, os jornais estimaram mais de 20 mil pessoas no protesto”, afirmou.
Arruda, por motivos de saúde, não foi às ruas no movimento ‘Avante João Pessoa’, mas acompanhou tudo pela imprensa e pelas redes sociais. Para ele, os dois momentos são legítimos. “Acho que a diferença está no fato de que o movimento atual começou com uma pauta e foi se expandindo, além de não ter uma liderança. No ‘Fora Collor’ todas as centrais sindicais estavam envolvidas, bem como partidos políticos”, destacou.
Na avaliação do historiador Jonas Duarte, as manifestações atuais representam um fenômeno de insatisfação generalizada, sobretudo com o universo político brasileiro.
“Vimos como ponto central dos protestos a questão política. Trata-se de um grito contra a representação política e a ineficácia de nossas instituições perante os crônicos e históricos problemas sociais”, afirmou.
De acordo com Duarte, a leitura que as massas estão fazendo é que a atual estrutura produz uma democracia ao inverso, “onde os ricos são os que têm chances de serem eleitos e governam para os ricos e o povo, entendido como a não elite, fica excluído da representação política e em consequência dos benefícios públicos”.
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