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VIDA URBANA

Pais assumem novo perfil

 Figura paterna deixou de ser apenas o mantenedor da casa e passou a assumir tarefas, antes só femininas, como a criação dos filhos

Publicado em 10/08/2014 às 8:00 | Atualizado em 05/03/2024 às 14:24

“Ser pai é padecer no paraíso”. Se o dito popular é famoso para ilustrar as dores e delícias que muitas mulheres sentem ao vivenciar a maternidade, a adaptação da frase também não deixa de ser válida para uma parcela cada vez maior de homens que embarcam na difícil tarefa de criarem sozinhos os filhos. Pelo menos 2% dos lares da Paraíba, segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2010, são compostos pela coabitação de pais e filhos sem a presença de mães.

Os números do IBGE revelam que de um total de 964.857 composições familiares, pelo menos 14.537 (1,5%) são formadas pela composição por apenas o pai com um ou mais filhos. Há ainda um total de 5.487 (0,56%) homens que criam os filhos sozinhos, mas com a ajuda de algum parente (mãe, irmão, irmã etc).

O poeta Juca Pontes conta que há 19 anos vivenciou na pele a missão de criar os quatro filhos - Maíra, Ian, Tao e Jade - que na época estavam com idades entre 9 e 4 anos, depois de ter sido abandonado pela ex-mulher. “Quando a mãe deles foi embora, me vi com quatro crianças pequenas para criar. O primeiro ano foi muito difícil porque normalmente a mãe tomava conta de tudo. Apesar de que desde que nasceram eu ajudava quando chegava em casa, foi muito diferente quando me deparei sozinho com eles”, comenta.

Apesar das dificuldades, Juca Pontes disse que, após superado o período inicial de adaptação, ter assumido sozinho a criação dos filhos foi o melhor que poderia ter acontecido para todos eles. “Trabalhava o dia todo e tive que dar uma parada nos meus compromissos menos urgentes no último ano para poder acompanhar o dia a dia deles. Isso nos aproximou e transformou a nossa convivência, que ficou muito bacana. Eu tive que participar de situações que normalmente as mães participam, como a primeira menstruação das meninas, primeiros namorados. Aprendi muito com eles. Foi uma troca muito bacana de educar de forma aberta, ouvindo as necessidades da cada um, que agora vejo transferida por Ian com a chegada do meu primeiro neto”, afirmou.

A psicóloga Mônica Dias Palitot explica que a mudança nas composições familiares são fruto de uma transformação da família vivida nas últimas décadas e que a formação de lares apenas com pai e filho, “que se viram sozinhos”, é somente um reflexo desta modificação social, na qual homens e mulheres passam a ter papéis similares, inclusive com o homem assumindo as tarefas domésticas. “Saímos de um período em que o homem era o mantenedor e a mulher era a dona de casa, que assumia todas as tarefas domésticas, inclusive a responsabilidade exclusiva pela criação dos filhos, para um modelo em que a mulher se inseriu no mercado de trabalho, muitas vezes sendo até a mantenedora do lar, e obrigou o homem a colaborar com tarefas domésticas dentre elas os cuidados com as crianças”, disse Palitot.

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Jornal da Paraíba

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