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VIDA URBANA

Paraíba tem 73,6 mil alunos fora da sala de aula

Relatório aponta que 7,8% das crianças e adolescentes em idade escolar não estudam.

Publicado em 08/02/2012 às 6:30


Pelo menos 73.614 estudantes paraibanos na faixa etária de 4 a 17 anos não frequentaram a escola em 2010. Isso significa que aproximadamente 7,8% do total (938.254) de alunos nessa idade residentes no Estado e que deveriam estar estudando não tiveram esse direito garantido.

É o que mostra o quarto relatório de monitoramento das cinco metas, elaborado pelo movimento da iniciativa privada 'Todos Pela Educação'. O grupo, fundado em 2006, tem a itenção de garantir o acesso à Educação Básica de qualidade em todo o Brasil e para isso estabeleceu vários objetivos (traduzidos em cinco metas) com cumprimento previsto até 2022.

Segundo o último relatório, divulgado ontem, em 2010 nenhum Estado brasileiro conseguiu alcançar os percentuais estabelecidos para o atendimento escolar.

Entre os estados do Nordeste, a Paraíba ocupou ainda o terceiro lugar no ranking daqueles que ficaram mais longe do número ideal. Enquanto 93,6% da população paraibana entre 4 e 17 anos deveria estar na escola ou creche, apenas 92,2% (864.640) estava matriculada. Ou seja, cerca de 1,4% do público-alvo ( 73.614 ) ficou fora da sala de aula.

Em números relativos, o percentual só ficou abaixo do obtido pelo Estado de Alagoas, que teve índice 2,3% abaixo da meta estabelecida no 'Todos pela Educação' e 89.989 alunos fora da escola; além do Ceará, que registrou um percentual de 1,6% aquém do esperado - com 160.788 alunos longe das salas de aulas (ver quadro). O país registrou ainda um total de 3,8 milhões de crianças e jovens sem acesso à Educação Básica.

A Secretaria de Estado da Educação foi procurada pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA para comentar os dados e informar quais ações estão sendo feitas para melhorá-los. A assessoria de imprensa afirmou, no entanto, que apenas o secretário Afonso Scocuglia ou a secretária-executiva Márcia Lucena poderiam falar sobre o assunto e ambos estavam em viagem.

Para o presidente do Conselho Estadual de Educação, José Francisco de Melo Neto, a 'distância' entre alguns alunos e a sala de aula é um problema de todo o Nordeste. “A razão básica tem sido o descuido geral com a educação. Mas podemos dizer que na Paraíba a situação está sob controle e que os gestores precisam continuar as políticas que vêm sendo implantadas”, disse.

Ainda segundo ele, para mudar esse quadro é preciso trazer qualidade para o ensino e assim atrair os alunos para a sala de aula.

“Os professores precisam ser capacitados e ter uma política salarial adequada. É necessário ainda uma boa adequação dos conteúdos ao mundo em que o estudante vive hoje”, elencou.

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Jornal da Paraíba

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