VIDA URBANA
Paraíba tem a pior média salarial do Brasil, diz Caged
Apesar do número de admissões registrar crescimento de 20,82% no mesmo período em relação ao ano passado, o desempenho não refletiu nos rendimentos.
Publicado em 29/09/2010 às 8:10
Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba
A média salarial dos 87,8 mil trabalhadores paraibanos admitidos de janeiro a agosto deste ano é a menor do país, segundo dados consolidados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Apesar do número de admissões registrar crescimento de 20,82% no mesmo período em relação ao ano passado, o desempenho não refletiu nos rendimentos que atingiram o pior patamar do ano R$ 625,49, menor, inclusive, que o valor alcançado no primeiro semestre deste ano (R$ 628,07). O estado do Rio Grande do Norte veio encostado da Paraíba (R$ 637,03).
De acordo o Caged, o valor das novas contratações paraibanas atingiu apenas 75,48% da média de rendimento do país que chegou a R$ 828,58 nos oito primeiros meses de 2010. Os estados de São Paulo (R$ 954,33) e do Rio do Janeiro (R$ 924,33) registraram os rendimentos mais altos.
No Nordeste, a melhor média é da Bahia (R$ 767,56), mesmo assim fica abaixo da nacional. A região detèm ainda o maior número de estados com as menores remunerações. Além da Paraíba e Rio Grande do Norte, Piauí (R$ 658,26), Ceará (R$ 662,41) e Alagoas (R$ 676,39).
Por setor, a menor média salarial é o da agropecuária (R$ 543,19) e maior o da administração pública (R$ 1.342,79), que chega ser mais que o dobro do rendimento médio do Estado. Já os setores de serviços (R$ 653,78), comércio (R$ 621,78), construção civil (R$ 634,00) e indústria de transformação (R$ 596,97) que mais empregam ao lado da indústria de transformação mantêm salários baixos.
Serviços lideram
Nos primeiros oito meses, os setores que mais admitiram foram serviços (22,8 mil), comércio (21,1 mil), indústria de transformação (20,2 mil) e a construção civil (17,2 mil). Os quatro setores representam mais de 93% das admissões deste ano.
Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Renato Silva, “dois fatores são determinantes para explicar porque a média paraibana fique no patamar tão baixo e próximo ao do salário mínimo. O primeiro deles é que o valor médio das novas contratações que tiveram desligamentos no ano passado têm apresentado ganho menor com as admissões deste ano.
Outro fator é que a base dos setores que mais geram empregos no Estado como comércio, serviços e construção civil tem baixo valor agregado e os menores salários médios menores que outros setores. Para se ter uma ideia, nos últimos 12 anos enquanto as contratações cresceram 55% o rendimento 12% na Paraíba. Os empresários ainda resistem aos aumentos”, frisou.
Silva informou que a indústria de transformação do Estado é pouco diversificada e o valor médio normalmente cai. “Não temos um peso ainda na base de empregos da indústrias de ponto como TI (Tecnologia da Informação) ou de Petroquímica que possuem alto valor agregado e remuneram melhor”, revelou.
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