VIDA URBANA
Petrobras anuncia redução no preço da gasolina, mas consumidor não tem o que comemorar
Segundo Sindipetro, redução não vai chegar às bombas dos postos agora.
Publicado em 09/02/2018 às 11:39
A Petrobras anunciou na quinta-feira (8) uma redução de 3% no preço da gasolina nas refinarias a partir desta sexta-feira (9). Os consumidores, no entanto, não têm motivos para comemorar a 'boa notícia'. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado Paraíba (Sindipetro-PB), a queda no valor vai demorar para ser sentida nas bombas, e existe a possibilidade de ela nem chegar até o consumidor.
“Esse anúncio do governo é preço de refinaria. É preciso considerar que tem um outro agente nesse meio, antes de chegar no posto, que é a distribuidora, temos que saber por quanto as distribuidoras repassarão. Só depois disso poderemos passar para as bombas, [ a redução] vai chegar mais tarde ao consumidor ”, afirmou o presidente do Sindipetro-PB, Omar Hamad.
O representante dos revendedores também criticou a política de reajuste que vem sendo aplicada pelo governo. Segundo Omar, a Petrobras passa a semana inteira aumentando o preço sem fazer divulgação, e no final de semana anuncia uma redução para posar de “bom moço”.
A Petrobras vem quase que diariamente informando em seu site os preços a serem praticados nas refinarias. Nesta semana, o valor da gasolina subiu na terça-feira (6), 0,5; estacionou na quarta-feira e caiu na quinta-feira (1,5%) e na sexta-feira (3%).
“A gasolina realmente está cara, mais a culpa não é dos postos de combustíveis”, disse Omar Hamad, ressaltando que o combustível está custando em média de R$ 3,92 a R$ 3,99 na região de João Pessoa. A última pesquisa divulgada pelo Procon-JP mostrou que o valor pode chegar até R$ 4,14.
'Agressão ao consumidor', diz Temer
O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (9) que considera uma “agressão ao consumidor” o fato de que as reduções de preços da gasolina nas refinarias não são repassadas às bombas. Segundo ele, o governo não vai permitir esse comportamento e foi determinado que a Polícia Federal (PF) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fiscalizem os postos.
“Determinamos ao Cade e à Polícia Federal que fiscalizem os postos”, disse, em entrevista à Rádio Guaíba. O presidente explicou que “a Petrobras decidiu fazer os aumentos ou as reduções de acordo com os preços internacionais. Quando tem aumento, a bomba de gasolina registra o aumento e quando tem redução, não registra a redução. Não vamos permitir isso. Vamos colocar a Polícia Federal, o Cade, atrás dessa fiscalização para impedir essa espécie de quase agressão ao consumidor. Essa providência está sendo tomada”, disse.
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