Policial Militar da Paraíba faz 20 pessoas reféns no RN

Um soldado da Polícia Militar (PM) da Paraíba foi preso em Natal-RN após ameaçar e manter mais de 20 pessoas reféns na noite da última segunda-feira na praia de Barra do Rio, na zona norte da capital potiguar. Mário Ferreira da Costa Júnior, de 23 anos, foi flagrado mantendo os reféns deitados no chão sob a mira de uma pistola calibre 380, provavelmente pertencente à PM. A arma, com sete munições, foi apreendida pela PM do Rio Grande do Norte.

O acusado pertence à Cavalaria da Polícia Militar, atuando no 2° Esquadrão de Policiamento Montado (Epmon), sediado em Campina Grande.

De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, o policial paraibano se envolveu numa briga na praia à tarde e estava à procura dos agressores. Após a briga, ele foi até o hotel onde estava hospedado para buscar a pistola e decidiu voltar ao local da briga para tirar satisfações. O PM rendeu todos os que passavam pelo local, ordenando que deitassem no chão e passassem informações sobre os turistas que se envolveram na briga com ele.

O policial disparou várias vezes para intimidar os reféns, segundo o relato de testemunhas. As vítimas também foram obrigadas a entregar celulares e carteiras ao policial, que pretendia evitar que alguém ligasse para a polícia. Mesmo assim, uma das vítimas conseguiu enviar uma mensagem de socorro para o pai, que é policial civil. A PM do Rio Grande do Norte foi chamada e flagrou as ameaças. O soldado paraibano não resistiu à prisão e se entregou.

A briga começou à tarde, enquanto o soldado estava fazendo um passeio turístico de buggy na praia com a namorada e um amigo. Ele deu um cavalo de pau com o veículo várias vezes, jogando areia em turistas e moradores da região que se juntaram e agrediram o policial militar, que estava à paisana,
Mário Ferreira foi autuado em flagrante por constrangimento ilegal e disparo de arma de fogo em via pública. Ele foi mantido preso na carceragem da delegacia de plantão da zona norte, à espera da chegada de uma guarnição da PM da Paraíba e deverá ser levado para o Quartel da PM em Campina Grande, onde ficará detido à disposição da Justiça.

A assessoria de comunicação do 2° Batalhão da PM em Campina Grande informou que a Cavalaria é independente e não pertence ao batalhão e por isso não poderia responder sobre o caso, mas lamentou o fato e informou que o procedimento adotado pelo soldado não corresponde à orientação repassada pelo comando geral da PM. O capitão Erick, comandante da Cavalaria em Campina, informou que se tratou de um fato isolado e que o policial estava de folga, por isso o caso não deveria ser ligado diretamente à Cavalaria. Segundo ele, o órgão irá enviar uma nota oficial.