VIDA URBANA
Preço do feijão aumenta até 80% em 15 dias na Capital
Falta de chuva fez o preço do feijão disparar. Quilo do carioquinha já aumentou até 80%. Valor subiu de R$ 2,50 para R$ 4,50, nas feiras. Nos supermercados, ele se aproxima de R$ 5.
Publicado em 28/09/2010 às 9:08
Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba
A falta de chuva nos principais centros produtores do país fez o preço do feijão disparar. O quilo do carioquinha tipo 1, um dos principais itens da mesa dos paraibanos, já aumentou até 80% nos últimos 15 dias entre os comerciantes do Mercado Central, em João Pessoa. O valor subiu de R$ 2,50 para R$ 4,50. Nos supermercados, ele se aproxima de R$ 5.
Em ritmo menor, o preço no atacado também subiu, no mesmo período, mais de 64%. A saca de 60 quilos do carioquinha custa até R$ 230 em algumas empresas atacadistas contra pouco mais de R$ 140,00, no início do mês.
O comerciante Josélio Berto, do Pavilhão de Cereais do Mercado Central, disse que o forte aumento já impactou nas vendas do produto. “Na última semana, o volume vendido caiu pela metade. Os consumidores reclamaram muito do preço do produto, principalmente na feira do último sábado. O pior é que nós comerciantes levamos a culpa pelo aumento”, confessou.
A elevação do carioquinha também puxou elevações de outros tipos de feijão como o macaçar e o preto que subiram, em média, 15%. O preço médio do quilo tipo 1 do macaçar e preto estavam sendo vendidos por R$ 3,50.
A fava não ficou para trás, subindo de R$ 4,00 para R$ 5,00. Os comerciantes do Mercado Central defenderam ontem a redução da alíquota do ICMS no feijão, atualmente de 17% para evitar novas altas do produto até o final do ano. A estimativa é que ele atinja no próximo mês R$ 6,00 o quilo. Os Estados vizinhos como Pernambuco e Rio Grande do Norte têm alíquotas menores do feijão, respectivamente 10% e 12%.
O superintendente regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ângelo Viana, informou que a safra do feijão no Nordeste amargou queda de 28% no comparativo 2008/2009 para 2009/2010, enquanto no país a queda foi de 6,5%. “A perda da safra do feijão na Paraíba deste ano vai contribuir para elevação do quilo do produto no comércio, com o aumento da procura”.
A nova subida deverá influenciar na alta da cesta básica calculada pelo Dieese no mês de setembro, que termina de ser coletada esta semana. O feijão havia registrado queda de 8,35% na cesta de agosto, mas deverá voltar a inflacionar a cesta básica formada por 4,5 quilos do produto que em agosto ficou em R$ 16,79.
Comentários