VIDA URBANA
Serviços públicos ajudam mulheres vítimas de violência
Além das delegacias especializadas, as mulheres vítimas de agressão podem procurar ajuda nos três Centros de Referência à Mulher existentes na Paraíba.
Publicado em 24/06/2012 às 18:00
A Delegacia da Mulher concluiu o ano de 2011 com o registro de aproximadamente mil ocorrências de violência doméstica. Nos dados estão inseridos números referentes à violência psicológica e moral, além de agressão física. Este ano o número de inquéritos encaminhados à Justiça já passa de 500 processos, com uma média de 30 casos registrados por dia. A delegada Ivanisa Olímpia alertou todas as mulheres para que denunciem qualquer tipo de violência sofrida.
“O agressor, ou agressora, restringe o espaço da mulher, a proíbe de manter amizades. A mulher ao perceber essas agressões deve procurar a delegacia porque essa violência pode evoluir.
Injúrias e cenas de ciúme fazem parte do contexto de violência psicológica e moral. Quando denunciado, o agressor é interrogado na Delegacia da Mulher, nós solicitamos medidas protetivas e ele vai responder a um processo judicialmente conforme a Lei Maria da Penha”, explicou Ivanisa Olímpia.
Além das delegacias especializadas, as mulheres vítimas de agressão podem procurar ajuda nos três Centros de Referência à Mulher existentes na Paraíba, localizados na capital, em Santa Luzia e Cajazeiras, na região do Sertão. Em João Pessoa, o Centro de Referência à Mulher Ednalva Bezerra atende as vítimas da capital e das cidades de Bayeux, Cabedelo, Conde e Santa Rita. O local conta com uma equipe de psicólogos, advogados, assistentes sociais e outros profissionais que orientam as vítimas de violência doméstica.
De acordo com Joyce Borges, coordenadora do Centro da capital, a unidade oferece serviços de apoio para que as mulheres possam se recuperar dos traumas causados pelas agressões e orientações sobre como proceder nos casos de violência. “É um espaço de acolhimento e escuta às vítimas. Muitas vezes as mulheres chegam em uma situação de vulnerabilidade social e nós procuramos inserir essas mulheres nas políticas públicas de saúde, moradia, capacitação e oferecer ferramentas para que elas quebrem o ciclo de violência. Além disso, buscamos trazer a autoestima da mulher”, explicou.
Ao procurar o Centro de Referência, as mulheres são acompanhadas por psicólogos e recebem acompanhamento terapêutico uma vez por semana e orientações para denunciar o agressor. “As mulheres recebem apoio jurídico e se a gente perceber que a vítima corre risco de morte, nós denunciamos para salvaguardar a vida da mulher”, completa.
Nas cidades onde não existe Centro de Referência, as vítimas podem ser atendidas nos Centros de Referência Especializada em Assistência Social (Creas), que também apoiam os filhos das mulheres agredidas e pessoas vítimas da violência. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano (Sedh), a Paraíba conta com 92 Creas, sendo 72 municipais e 20 polos estaduais. As unidades mantidas pelo governo estadual atuam em 157 municípios, oferecendo uma equipe especializada no atendimento às vítimas da violência. (Katiana Ramos - Especial para o JP)
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