VIDA URBANA
Sindipetro nega culpa no aumento da gasolina; taxistas protestam
Ideia da manifestação desta quinta-feira (12), que acontece em posto do bairro Bancários, é que os motoristas abasteçam R$ 1 de gasolina e paguem com cartão de crédito.
Publicado em 12/05/2011 às 15:02
Da Redação
Taxitas de João Pessoa realizam um protesto na Capital, solicitando a redução do preço da gasolina nos postos da cidade. A mobilização está marcada para as 18h desta quinta-feira (12) no posto Villaggio, localizado na avenida João Rodrigues Alves, no bairro Bancários. Hoje, Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivado (Sindipetro) emitiu nota em que se isenta de responsabilidade nos reajustes do combustível e pede que autoridades investiguem os verdadeiros responsáveis pelo aumento.
Segundo a última pesquisa do Procon Municipal, divulgada na última segunda (9), o posto Villaggio vende a gasolina (aditivada) pelo maior preço constatado pela Autarquia, que é de R$ 2,999. Neste mesmo posto, a gasolina comum está sendo vendida a R$ 2,959.
O protesto consiste em os motoristas abastecerem R$ 1 de gasolina e pagarem com cartão do crédito, já que, além do aumento do preço, um dos alvos do manifesto é o fato de alguns postos da Capital não aceitarem pagamento a cartão.
O Procon-JP está apoiando o protesto dos taxistas. “Nós decidimos verificar o funcionamento regular do posto para que o protesto não seja frustrado. Nós nos informamos com a gerência do posto de que há estoque de gasolina e a opção de pagamento com cartão de crédito”, explica o coordenador do Procon de João Pessoa, Sandro Targino.
Semanalmente o Procon realiza uma pesquisa dos combustíveis mapeando todos os preços praticados na cidade e esta pesquisa está sendo utilizada na escolha do posto foco do protesto. “Nosso objetivo é fazer este protesto toda semana no posto que cobrar o maior valor pelo litro da gasolina até que os empresários do setor comecem a baixar os preços”, afirma um dos representantes do movimento, o taxista José Pereira.
Sindipetro-PB
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba (Sindipetro-PB), Omar Aristides Hamad Filho, afirmou nesta quinta (12), que atribuir a culpa aos postos pelo aumento dos preços dos combustíveis é ato incorreto e injusto. Para ele, é preciso que as autoridades busquem quem realmente tem culpa. “É muito fácil acusar os postos. A revenda de combustível é o elo mais visível do mercado e com o menor poder econômico", disse.
Na avaliação do presidente do sindicato, se as autoridades estão interessadas em descobrir se houve elevação abusiva de preços, deveriam encaminhar pesquisas de planilhas de custos a toda a cadeia do petróleo, isto é, fonte produtora e refinaria, distribuidoras e também para as usinas.
Segundo Omar Hamad Filho, os motoristas de carros movidos unicamente a gasolina reclamam de ter que pagar mais pelo produto em consequência da alta do etanol nas usinas, já que o seu carro não é movido a álcool. Ele lembrou que o problema está no fato de que toda a gasolina consumida no país tinha que, por lei, trazer em sua fórmula entre 20% e 25% de etanol anidro. Essa fórmula passou a variar entre 18% e 25% a partir da decisão do governo de editar a Medida Provisória 532.
O presidente do Sindipetro-PB esclareceu que o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras – a gasolina pura, sem a mistura com o etanol – é apenas um dos componentes para a formação do preço final do produto. “O preço da gasolina tem uma composição que consome 42% de impostos, outros 47% é atinente a Petrobras, ficando apenas 11% para serem distribuídos entre distribuidoras, frete e revendedores”, destacou.
Aumento
Na última segunda-feira, o Procon-JP constatou aumento no preço da gasolina em 67 postos da Capital, inclusive com acréscimo dos valores mínimo e máximo, que passaram de R$ 2,479 para R$ 2,54 e de R$ 2,899 para R$ 2,959, respectivamente. Quanto a este comportamento do setor, Sandro Targino afirmou que vai se reunir com o Procon Estadual e com a Promotoria do Consumidor, do Ministério Público, para averiguar o que pode ser feito para modificar a prática de preços altos.
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