VIDA URBANA
UFCG não quer gestão de empresa no HUAC
Conselho universitário decide pela não adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares para administrar o Hospital Alcides Carneiro.
Publicado em 30/10/2012 às 6:00
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) decidiu, durante reunião realizada durante todo o dia de ontem, pela não adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), para o Hospital Alcides Carneiro (HUAC), de Campina Grande. Os 36 conselheiros que votaram pela não adesão entenderam que esta solução não é a ideal, pois traria mais prejuízos do que vantagens à comunidade acadêmica.
A reunião aconteceu no auditório Guillardo Martins, através de um encontro que reuniu 40 dos 50 conselheiros e também funcionários, estudantes, servidores e professores da universidade, além da direção do HUAC e Associação dos Docentes da UFCG. Do total de conselheiros participantes no processo, 36 votaram pela rejeição da empresa ao HUAC, informando que a adesão prejudicaria principalmente os funcionários do local, com a demissão de muitos deles.
Para a diretora do HUAC, Berenice Ramos, desde o fórum realizado no final de mês de maio e que mostrou os prejuízos da adesão, a posição da gestão da unidade hospitalar continua a mesma: contrária a adesão à empresa. Um dos motivos é a privatização do setor que atende prioritariamente os usuários do serviço público. Segundo ela, a experiência de hospitais universitários que aderiram à Ebserh é que o atendimento será via SUS e plano de saúde.
“Nós não concordamos, já que no estatuto deles há um artigo que visa o lucro pelo serviço. Outra questão é o regimento dos contratos via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que certamente provocará a demissão de muitos funcionários”, projetou a diretora. De acordo com Thompson Mariz, reitor da UFCG, o modelo empregado pela Ebeserh não é o ideal, mas seria uma saída para uma gestão que precisa remodelar a prestação do serviço de saúde em Campina Grande e Cajazeiras, uma vez que possibilitará a manutenção e melhoria dos serviços realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Eu preferia que fosse a gestão de uma fundação, mas como a única saída é a Ebserh, o melhor seria a sua adesão, para que a população não fosse prejudicada”, afirmou o reitor. Com a decisão formulada, a reitoria da UFCG deverá comunicar o fato à 4ª Vara Federal, que apontou como solução para o problema dos hospitais universitários da UFCG, a contratação da Ebserh, além de comunicar também o Ministério Público Federal de Campina Grande e Sousa e o Ministério do Trabalho, em Campina.
A direção informou que, por enquanto, ficará impossibilitada de tomar qualquer decisão, que respeitará o que foi ajustado pelo Conselho Universitário e que vai aguardar um posicionamento da Justiça Federal sobre os temporários que trabalham no HUAC. A tentativa de adesão à empresa brasileira era de justamente cumprir uma determinação da 5ª Vara da Justiça Federal, em Recife, para a realização de um concurso para a substituição dos cargos temporários. No HUAC estão trabalhando 126 funcionários não concursados hoje. A expectativa era de que o novo concurso abrisse 152 vagas, em vários cargos da área da saúde. (Colaborou Isabela Alencar)
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