VIDA URBANA
Uma agência bancária é atacada a cada três dias na Paraíba
Já são 334 ataques em um intervalo de 955 dias, registrados entre o dia 1º de janeiro de 2013 até ontem
Publicado em 14/08/2015 às 7:42
Em média, a cada 3 dias agências bancárias e postos de atendimento avançados da Paraíba são alvo de assaltos, arrombamentos, tentativas, golpes e as favoritas das quadrilhas: as explosões de caixas eletrônicos e cofres. O resultado disso é um saldo de 334 ataques em um intervalo de 955 dias, registrados entre o dia 1º de janeiro de 2013 até ontem. Os dados são baseados em um levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Neste período ocorreram 146 explosões de caixas eletrônicos, 85 arrombamentos, 38 tentativas, 34 assaltos e 31 golpes do tipo saidinha de banco. Somente este ano, o sindicato já registrou 89 ataques. A cena se repetiu na madrugada de ontem, por volta de 1h40, na cidade de Cabaceiras, no Cariri paraibano e com um roteiro já conhecido.
Bandidos chegaram fortemente armados, arrombaram a porta da agência do Banco do Brasil, montaram os explosivos e detonaram o cofre. Desta vez, foram necessárias duas explosões para abrir o equipamento. E na fuga os acusados espalharam grampos para dificultar a perseguição policial e ainda queimaram um dos carros usados em uma estrada vicinal, no sítio Ribeira. A Polícia Militar montou um cerco na região, mas até o fechamento desta edição nenhum suspeito havia sido preso.
“Eu me acordei já com a explosão. Olhei para o relógio, era exatamente 1h40. Depois que o tumulto passou, saímos para a rua e já encontrados a agência destruída”, contou o agricultor José Pereira. Segundo o delegado Victor Melo, o único alvo dos bandidos era o cofre e os caixas eletrônicos foram poupados. “A perícia acredita que o grupo não conseguiu abrir o cofre e precisou de outra explosão. O impacto foi tão forte que derrubou parte de uma parede do banco. Também recolhemos cápsulas que ficaram no local e tudo será usado para nossa investigação”, disse ele.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henrique, há muito tempo a categoria vem exigindo melhorias na segurança dos bancos. “A verdade é que os bancos não se importam muito com os ataques, pois sabem que estão assegurados. Além disso os lucros dos bancos são tantos, que estes prejuízos nos casos de violência se tornam quase insignificantes para as instituições. Quem sofre mesmo é a população e os funcionários, com a interdição temporária, após os ataques, e o risco constante de ocorrências”, disse ele.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse que investido e reforçada a segurança, com constantes estudos de novas técnicas, mas destaca que o problema se concretiza com a carência na segurança pública nacional. O secretário de Segurança e Defesa Social do Estado da Paraíba, Cláudio Lima, disse que a polícia faz o que pode e tem dado respostas aos crimes contra os bancos e demais patrimônios, mas salientou que a segurança pública não pode conceder exclusividade aos bancos, pois precisa atender a toda sociedade.
As ações na Paraíba são praticadas por várias quadrilhas. A prova disso é que há quatro dias a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) de Campina Grande prendeu uma quadrilha formada por cinco homens, suspeitos de ataques contra bancos na região do Agreste paraibano, porém as ocorrências continuam. (Especial para o JP)
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