VIDA URBANA
Estudantes da Paraíba realizam protesto contra cortes na Educação e 'Future-se'
Redes estadual e municipais estão na mobilização.
Publicado em 13/08/2019 às 9:20 | Atualizado em 13/08/2019 às 18:55
Nesta terça-feira (13), trabalhadores da educação e estudantes de todo o Brasil realizam mais uma paralisação contra medidas do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o setor. Na Paraíba, também foram realizados atos públicos em João Pessoa e Campina Grande.
No foco da manifestação estão a reforma da Previdência, o contingenciamento de verbas para as universidades federais e o programa ‘Future-se’, que a comunidade acadêmica tem visto como uma ameaça à autonomia das instituições.
Paralisação
As quatro instituições de ensino superior públicas e a rede estadual de ensino ficaram sem aulas em adesão à paralisação nacional.
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), os professores decidiram em assembleias aderir ao movimento.
O Instituto Federal da Paraíba (IFPB) também fez parte da mobilização, mas não houve suspensão das aulas em todos os campi do estado. Em Sousa, no Sertão, por exemplo, a programação incluiu um café da manhã com uma palestra sobre o programa ‘Future-se’.
Protestos
Em João Pessoa, os protestos ocorreram no início no começo da tarde. A concentração teve início às 14h, em frente ao Lyceu Paraibano, no Centro da cidade.Eles se uniram a um outro grupo, que partiu do município de Alhandra, na Região Metropolitana de João Pessoa, no início da manhã desta terça-feira e seguiu pela BR-101 até chegar à capital paraibana. A caminhada foi acompanhada pela Polícia Rodoviária Federal. Por volta das 15h30, os manifestantes estavam no bairro de Jaguaribe.
De lá eles saíram em passeata, acompanhado por carros de som e alto falantes em direção ao Ponto de Cém Réis.
O grupo começou a se deslocar por volta das 15h40.segundo informações da Superintendência de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP), às 17:30 os manifestantes já haviam liberado o trânsito no entorno do Parque da Lagoa, no Centro.
Em Campina Grande, diferentes grupos se reuniram em três pontos da cidade para sair em caminhada e se encontraram na Praça da Bandeira, no Centro da cidade. O ato contra os cortes na educação se dispersou por volta das 12h30.
Orçamento até setembro
A mobilização acontece um mês antes da prazo previsto para uma possível paralisação geral das universidades federais. Segundo os reitores da UFPB e da UFCG, as instituições devem parar após setembro graças por conta da falta de recursos federais. O bloqueio de verbas foi feito pelo Ministério da Educação em abril.
Com a corte, a UFPB perdeu R$ 44 milhões e a UFCG, R$ 27 milhões. Já a UEPB obviamente não foi atingida pela medida do governo federal, mas possui um déficit orçamentário acumulado de R$ 500 milhões nos últimos 10 anos, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Na semana passada, a reitora da UFPB, Margareth Diniz, disse que a o programa 'Future-se', que foi lançado pelo MEC em julho, fere a autonomia universitária no eixo que trata de gestão e governança. “A proposta é que uma organização possa fazer a administração ou encaminhamentos das universidades federais, esse é o [eixo] mais polêmico. A gente tem certeza que isso afeta a autonomia universitária”, afirmou.
[Blog do Suetoni]:Future-se: A futurologia como método de política pública?
De acordo com o MEC, o objetivo do programa é o fortalecimento da autonomia administrativa, financeira e da gestão das universidades e institutos federais. Para isso, essas ações seriam desenvolvidas por meio de parcerias com organizações sociais.
Além das instituições de ensino superior, também estão fazendo parte da mobilização nacional a rede estadual de ensino da Paraíba e a de João Pessoa, ambas aderiram por decisões dos respectivos sindicatos. Em Campina Grande, a paralisação é parcial, com algumas escolas e creches funcionando.
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