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VIDA URBANA

Verão é propício para contrair dengue

Período que se estende de dezembro a março, é considerado de risco para incidência da proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Publicado em 05/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 20/06/2023 às 11:59

No final do ano passado, Gabriel dos Santos, de 8 anos, e a mãe passaram por momentos delicados com a saúde. Os dois foram vítimas da dengue e integram a estatística dos 31 casos da doença, já confirmados, registrados entre dezembro de 2013 e janeiro deste ano, na Paraíba, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O período, que compreende a estação mais quente do ano e se estende dos meses de dezembro a março, é considerado a temporada de risco para incidência da proliferação do mosquito Aedes aegypti. No verão 2013, das 3.262 notificações de pessoas com suspeita de dengue, 1.722 casos foram confirmados.

Conforme os dados da SES, somente de janeiro a março do ano passado foram contabilizados 1.630 casos de dengue. No último mês de janeiro, foram 19 confirmações, sete a mais do que o registrado no mês anterior. Ainda segundo a SES, o total de casos de dengue no ano passado chegou a 6.193. Destes, somente em João Pessoa foram 1.447 pessoas infectadas com a doença, durante todo o ano de 2013, conforme informações da Secretaria de Saúde Municipal (SMS). Este ano, em Campina Grande foram 63 pacientes diagnosticados com dengue e o município apresenta seis bairros em situação de alerta.

Na capital, os bairros de Oitizeiro, Funcionários I, Bairro dos Novaes e Jardim Guaíba ainda são os que apresentam o maior Índice de Infestação Predial (IIP), segundo informações da SMS.

No último Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa), realizado em outubro do ano passado, essa região apresentou IIP de 4%. Ou seja, a cada 100 imóveis visitados, 4 apresentavam focos do mosquito transmissor do vírus, o Aedes aegypti.

A tia de Gabriel, Érica Martins, conta que o garoto ficou quase uma semana com dores nas articulações e febre. “Ele não podia nem levantar da cama e a febre era muito alta”, conta a jovem, acrescentando ainda que a mãe do menino teve os mesmos sintomas e apresentou também manchas avermelhadas pelo corpo.

Já no bairro Funcionários I, a filha da aposentada Helena de Lima foi diagnosticada com dengue há dois meses. Apesar de manter a casa sempre limpa e livre da água parada, a senhora acredita que a vizinhança pode não ter a mesma prática e contribuir para a proliferação do mosquito. “Eu tenho um tambor que sempre deixo cheio de água, mas ele está sempre tampado. Agora, na casa de outras pessoas a gente não sabe como é”, disse. Tanto em Oitizeiro como nos bairros vizinhos, há vasilhames, pneus e ferro velho, em sucatas e locais que servem para acúmulo de material reciclável.

Na maioria desses locais, os objetos ficam descobertos e podem acumular água de chuvas. A falta de limpeza nesses ambientes pode oferecer criadouros para o mosquito, conforme explicou o gerente da vigilância ambiental da SMS da capital, Nilton Guedes. “Essas chuvas intermitentes fazem com que esses depósitos abandonados favoreçam a proliferação das larvas. Haverá ações de combate à dengue a partir deste mês até abril e o foco é direcionar para os grandes criadouros, que são as sucatas, depósitos, materiais de construção”, explicou.

Saúde investiga morte suspeita de dengue. De acordo com boletim divulgado ontem pela SES, a dengue já pode ter causado o primeiro óbito de 2014. A secretaria está investigando a morte de um homem de 27 anos, no dia 5 de janeiro, em um hospital em Patos, Sertão. Segundo a SES, o jovem chegou à unidade já bastante debilitado e morreu no mesmo dia. Não houve tempo de realizar a sorologia, procedimento que detecta a dengue. No entanto, exames de hemograma apontaram indícios da doença.

Por conta disso, o corpo foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), onde foi necropsiado. O exame ajudará na identificação da causa da morte.
Além disso, a SES iniciou investigação seguindo protocolos do Ministério da Saúde. Informações com parentes, profissionais de saúde que atenderam o jovem e exames serão examinados, para ajudar a saber o que levou à morte. A previsão é que em dois meses o resultado do trabalho seja divulgado.

Ainda segundo a SES, entre 1º e 31 de janeiro de 2014, foram notificados 180 casos suspeitos de dengue no Estado. Deste total, 50 foram descartados, enquanto que os demais permanecem em investigação. Neste período, não houve registro de casos graves da doença. O boletim da SES ainda mostrou que os casos de dengue aumentaram 52,3% entre 2012 e 2013. O número saltou de 11.543 para 17.585 notificações. Quinze pessoas perderam a vida em decorrência da dengue em 2013.

22 DE MARÇO: DIA 'D' CONTRA A DENGUE

Com o fim do verão e início do período chuvoso na Paraíba, as ações da Secretaria Estadual de Saúde (SES) estarão voltadas para a qualificação dos profissionais da área de Saúde que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USFs) nos municípios e acompanhar os planos de contingência, segundo informou a técnica da Vigilância Epidemiológica da Dengue da SES, Izabel Sarmento.

“O 'Dia D' de combate à dengue é só em 22 de março, mas os municípios da Paraíba já estão antecipando as ações. Os planos de contingência são os instrumentos que ajudarão a direcionar as ações e obter melhores resultados. São ações como equipar os laboratórios para dar diagnósticos mais precisos, ampliação de leitos, encaminhamentos dos pacientes mais graves”, explicou a técnica.

Ainda segundo Izabel Sarmento, a SES organizou um cronograma para a realização do manejo clínico da dengue, que será oferecido aos profissionais de saúde dos municípios. A ação começará por Cajazeiras, no Sertão, no próximo dia 18, seguindo para Sousa e Catolé do Rocha (19), Patos (24), Princesa Isabel e Piancó (25).

Na capital, a capacitação das equipes de Saúde da Família começam ainda este mês. Segundo Nilton Guedes, o mês de abril é o mais crítico para a ocorrência da doença na capital. Por isso, também haverá ações integradas com a Autarquia Especial de Limpeza Urbana (Emlur) para a limpeza dos terrenos baldios e conscientização da população.

EM CG MONITORAMENTO INTENSIFICADO

O monitoramento dos focos de dengue em Campina Grande está sendo intensificado pela Secretaria Municipal de Saúde em seis bairros e dois distritos que apresentaram maior índice de infestação do Aedes aegypti. Só este ano, já foram registrados 63 casos suspeitos de dengue no município e a preocupação da Gerência de Vigilância Ambiental é que as chuvas que estão caindo na cidade desde o final de semana gerem o acúmulo de água propício para a reprodução do mosquito.

Os bairros com os maiores índices de infestação são o Monte Castelo (6,67%), Serrotão (5,44%), Alto Branco (4%), Jardim Tavares (3,63%), José Pinheiro (3,40%) e Santo Antônio (3,28%). O alerta também vale para os distritos de Galante e São José da Mata, que também apresentam número elevado de focos do mosquito com índice de infestação de 4,65% e 3,41%, respectivamente.

Estas localidades estão recebendo tratamento prioritário na atuação dos 205 agentes de Vigilância e agentes de Combate a Endemias que atuam no município, segundo informou Rossandra Oliveira, gerente de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde. “Estamos intensificando as ações e pedindo a colaboração da população para que tenham cuidado com caixas d'água, recipientes deixados em quintais e pneus e para que não venham a se tornar um criadouro”, disse.

Apesar do alerta em seis bairros e dois distritos, o risco de transmissão da doença em Campina Grande caiu de médio para baixo risco, de acordo com o primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de 2014, realizado entre os dias 6 e 10 de janeiro. Segundo os dados, o índice de infestação do mosquito, que estava em 2,2%, caiu para 1,7%. “Campina está numa situação do confortável, mas nem por isso podemos deixar de redobrar os cuidados porque começaram as chuvas e não podemos deixar o índice crescer novamente”, afirmou Rossandra Oliveira. (Nathielle Ferreira)

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Jornal da Paraíba

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