Tom Zé fala sobre carreira e show que acontece logo mais em JP

Músico baiano conversou com o Jornal da Paraíba sobre a carreira e o show que acontece às 18h no Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa.

André Cananéa
Do Jornal da Paraíba

Segunda-feira que vem, Tom Zé completa 74 anos. “A última vez que comemorei um aniversário foi quando fiz 70 anos, que juntei a banda e fomos jantar em um restaurante aqui pertinho de casa”, lembra o músico baiano, radicado há décadas em São Paulo, por telefone. Em um curto intervalo durante os ensaios com sua banda, na quinta-feira, Tom Zé atendeu à ligação do Jornal da Paraíba para falar sobre o show que faz nesta sexta-feira (8), a partir das 18h, no Ponto de Cem Réis, no Centro de João Pessoa.

Confira mais opções de lazer na Agenda Cultural

Tom Zé só tem a comemorar. Com essa idade, mantém a carreira acesa e bem viva, lançando álbuns elogiados e lotando concertos. Mês passado, reuniu uma multidão na Praça do Carmo, em Olinda, para um dos shows mais comentados da Mimo 2010. E é nesse embalo que volta a João Pessoa, cinco anos depois de sua última apresentação na cidade, no palco do Fenart, no Espaço Cultural José Lins do Rego.

O baiano tropicalista volta para revisitar seus mais de 40 anos de carreira discográfica. Avisa que não faz o show Pirulito da Ciência à risca, mas o CD/DVD lançado recentemente pela Biscoito Fino deverá servir de base para a apresentação de hoje à noite.

Nele, Tom Zé mistura clássicos, como “Cademar” e “Augusta, Angélica e Consolação” (ambas do antológico Todos os Olhos, de 1973, que acaba de ser relançado em vinil) e “Tô” e “Hein?” (as duas do venerado Estudando o Samba, de 1976) com canções mais recentes, como “Companheiro Bush” (de Imprensa Cantada, 1999) e “João nos tribunais”, de Estudando a Bossa, lançado há apenas dois anos.

“Uma das vantagens de assistir a um show meu é que ele acaba antes que dê vontade de fazer xixi”, brinca o baiano, que em Olinda mostrou músicas como “Dois mil e um”, parceria dele com Rita Lee. “Tem duas coisas muito difíceis de fazer: uma é botar o artista no palco, porque tem muito custo, muita estrutura, essas coisas. A segunda é tirar o artista do palco. E isso é mais difícil que botá-lo no palco”, acrescenta, entre risos.

Tom Zé fala sobre carreira e show que acontece logo mais em JPComo um artista criativo, ousado e transgressor, Tom Zé segue no topo com público renovado. Em suas apresentações, é comum topar tanto com cinquentões, que viram os primeiros discos do músico chegarem às lojas, quanto a garotada, que assiste Tom Zé no Youtube.

“Uma parte dessa juventude talvez se identifique porque a música é só o envelope exterior, é só o presente de embrulhar e o laço, que o que tem dentro de mim é a rebeldia, e toda geração precisa de rebeldia. Então essa juventude me vê sempre fazendo coisas diferentes, praticando essa rebeldia, e acaba se interessando”.

O músico paraibano Jarbas Mariz abre a noite, a partir das 18h. Na banda de Tom Zé há aproximadamente 30 anos, Mariz mostra seu repertório autoral.