Audaci Junior
Do Jornal da Paraíba
“O espetáculo em si é uma colcha de retalhos”, define Jessier Quirino sobre suas apresentações. “Mas vou pedir uma ‘licencinha’ – como as licenças poéticas – ao público para renovar o espetáculo”.
O paraibano, famoso pelos seus poemas e ‘causos’ apresentados também em publicações como Agruras da Lata D’Água, Prosa Morena, Bandeira Nordestina e Paisagem de Interior, quer desvencilhar dos grilhões de seus próprios clássicos e ‘tirar o gesso’ oriundo das outras apresentações.
O espetáculo Berro Novo ganhará forma no palco do Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande, neste sábado e domingo. “Por ser minha cidade natal, vou com a emoção em punho”.
O ‘formato’ solo também ganha novos ares cenográficos, produzido por Vitor, filho de Quirino, e Roberto Silva. Os elementos tipicamente sertanejos que se agigantam nos painéis foram confeccionados pelo escultor Zaia e o artesão José Ozinaldo.
Outra alforria do poeta vem de seu último show, um recital com fundo musical vindo de violões, violinos e percussões. “Com os músicos, você está preso à rigidez da trilha ensaiada”, analisa.
No repertório de Jessier, novos poemas que nunca chegaram a ser gravados ou dramatizados no show. Para ele, junto com o termômetro do público, a novidade serve como uma espécie de laboratório para nascer os ‘clássicos’ que todos pedem. “O público é feito menino pequeno, sempre quer ouvir a mesma história”, brinca.
Confira outras opções de lazer na nossa Agenda Cultural
Como manteiga de garrafa
Sobre a questão dos espetáculos serem um palanque para a divulgação de sua prosa, Quirino defende o conceito de que o show é uma extensão ‘teatral’ dos livros, bem diferente de apenas se ler.
O público de João Pessoa já tem data para também conferir o Berro Novo de Jessier Quirino. Nos dias 1º e 2 de setembro o artista se apresentará no Teatro Paulo Pontes, no Espaço Cultural.
Entre seus novos projetos, um livro com poemas inéditos está sendo preparado para o final do ano, mas Jessier prefere ficar no suspense até mesmo no título, que já está definido.
Colocando ‘menos água no feijão’ já nesta apresentação, o novo leque de poemas que sairá do forno dará ainda mais um novo tempero para os shows vindouros. “Como manteiga de garrafa na minha carne de sol”, complementa a receita.
