Estudo sobre a capital

Livro da professora Berthilde Moura do curso de Arquitetura da UFPB, estuda a relação entre o traçado urbanístico e a história de João Pessoa

A relação entre o traçado urbanístico e a história de João Pessoa é o tema do livro De Filipéia à Paraíba: uma cidade na estratégia de colonização do Brasil, que a professora Berthilde Moura, do curso de Arquitetura da UFPB, apresenta hoje, às 17h, no Fórum de Arquitetura do Unipê. A obra, que tem apoio do Iphan-PB, é fruto de sua tese de doutorado, desenvolvida na Universidade do Porto, em Portugal.

A curiosidade em torno da real motivação da construção da cidade levou a professora a cruzar o Atlântico para obter documentos históricos do período da colonização no Brasil.

O trabalho de investigação sobre a estruturação da cidade, desde a fundação até o século 18, buscou não só focar o âmbito do espaço urbano, mas também relacioná-lo à história e explicar o motivo do traçado regular, incomum à época.

“Para analisar a cidade de João Pessoa e compreender o porquê da sua organização urbanística, tive que estudar documentos em três países: Itália, Espanha e Portugal”, informa Berthilde.

Durante quatro anos, a professora analisou documentos que se relacionassem com o período de colonização do Brasil. Com base nessas fontes, ela buscou perceber a configuração urbana e arquitetônica de João Pessoa, fundada em 1585 como o nome de Filipéia de Nossa Senhora das Neves.

O estudo também procurou compreender como os diferentes contextos políticos, econômicos e culturais interferiram na construção da cidade. “O meu objetivo foi entender a cidade não só do ponto de vista urbanístico, mas como parte do processo de colonização do Brasil. Por isso, quis perceber quais os objetivos desta colonização na Paraíba e como ele influenciou a constituição do espaço urbano da capital do estado”, esclareceu.