Uma tragédia em 3D

Filme reestreia em 3D a partir desta sexta-feira (13) nos cinemas de João Pessoa, legendado e dublado.

A tragédia que servia de pano de fundo para um romance improvável de classes completa cem anos neste domingo. Titanic (idem, EUA, 1997) foi o primeiro filme na história do cinema a ultrapassar a barreira do um bilhão de dólares arrecadados apenas nas bilheterias, ancorado na lista das 10 maiores arrecadações da semana por quase seis meses nos Estados Unidos. Quinze anos atrás, emparelhou com o clássico Ben-Hur (1959) levando para bordo 11 prêmios Oscar (posteriormente, O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei também conseguiu o feito, em 2003).

Diferente de várias produções ‘aquáticas’ (como os ‘tiros n’água’ Waterworld ou O Segredo do Abismo, do próprio James ‘Rei do Mundo’ Cameron), Titanic não naufragou no sucesso para a alegria dos engravatados de Hollywood. Na onda das conversões 3D, o filme reestreia a partir desta sexta-feira nos cinemas de João Pessoa, em cópias legendadas e dubladas.

Na época de sua primeira estreia na capital paraibana, diariamente se via a formação de filas quilométricas para embarcar na história do aventureiro artista Jack Dawson (Leonardo DiCaprio) que, em uma mesa de jogo, ganha uma passagem para a viagem inaugural do transatlântico Titanic. No navio, o jovem se enlaça pela beleza de Rose Bukater (Kate Winslet), noiva de um homem rico e arrogante (Billy Zane), vivendo um amor proibido antes da colisão com o iceberg.

QUEIMANDO A LÍNGUA
Famoso no seu meio por ser perfeccionista e ‘ditador’ (reza a lenda que a equipe técnica vestia camisas com dizeres ‘Você não mete medo em mim! Eu trabalho com James Cameron’), o diretor canadense procura sempre revolucionar a ficção científica nos efeitos especiais. A tecnologia usada em O Segredo do Abismo (1989) e melhorada em O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) foi usada à exaustão em vários filmes posteriores.

Com Avatar (2009), Cameron avançou novamente no campo técnico com o desenvolvimento de novas câmeras para captura de movimentos e para a visualização em 3D. Apesar de sair derrotado do Oscar por Guerra ao Terror, filme de sua ex-mulher, Kathryn Bigelow, o sucesso de Avatar imergiu Titanic para o segundo lugar na lista de maiores bilheterias de todos os tempos.
Há dois anos, o próprio realizador criticou duramente a corrida dos estúdios para converter filmes convencionais em três dimensões, alegando que o uso de computadores na conversão deixava os trabalhos com “aspecto barato”.

Agora defendendo que a transformação “amplia” a experiência original, a equipe do diretor – formada por 300 profissionais – manipulou 295 mil fotogramas em 60 semanas.

Com mais de US$ 18 milhões investidos, o que se espera da produção superlativa de Cameron é um melhor desempenho técnico que Star Wars – A Ameaça Fantasma. Afinal, os efeitos visuais de Titanic impressionaram há 15 anos e ganharam o Oscar na categoria.