Paraíba perde escultor Batista dos Santos

Nascido no distrito de Santa Luzia, artista plástico Batista dos Santos, morre aos 69 anos em Campina Grande.

Nos anos 1980, não era difícil encontrar o nome de José Batista dos Santos Filho (ou seu Batista como era reconhecido) nos jornais paraibanos.

Artista plástico autodidata, seu Batista morreu, aos 69 anos, no último final de semana de causas naturais, segundo informações de sua família. O corpo foi enterrado ontem, no Cemitério do Monte Santo, em Campina Grande.

"(Minha obra) pende para o clássico, para o moderno, surrealismo, realista, acadêmico. São essas as técnicas que emprego nos meus trabalhos", chegou a afirmar o escultor e pintor na época.

Nascido no dia 11 de setembro de 1947, no distrito de Santa Luzia, Junco do Seridó, seu Batista chegou a ser agricultor e até garimpeiro. Começou a desenhar aos 6 anos e a pintar com 17, depois de passar toda a sua infância e boa parte da juventude no Junco do Seridó, quando se mudou para Campina Grande, até sua morte.

No começo de 1980, seu Batista passou a frequentar o Ateliê Livre de Arte do Museu de Arte Assis Chateaubriand. Trabalhou produzindo peças de arte em madeira e também repassando seus conhecimentos para os jovens artistas que frequentavam o local.

"Na década de 1980, ele teve seu maior reconhecimento, mas devido à bebida caiu no esquecimento", informa seu filho, Evaldo Batista. "Ele sempre produziu, mas não com tanta frequência como antes", conta.

Evaldo ainda informa que o pai trabalhava atualmente como pedreiro.

Suas obras encontram espalhadas pela cidade, em pontos públicos como a PBtur. Um dos últimos trabalhos de seu Batista foi a escultura talhada em madeira realizada no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), prédio da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), nas margens do Açude Velho, no centro.