Prima vai a Mandacaru

Após Cabedelo, é a vez do bairro de Mandacaru ganhar um núcleo do Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima).

O bairro de Mandacaru, na zona norte de João Pessoa, vai abrigar, a partir desta noite, o segundo polo oficial do Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima). A informação foi dada pelo maestro Alex Klein, diretor do programa que inaugurou, no início do ano, seu primeiro núcleo na cidade de Cabedelo.

Segundo Klein, a ocasião será celebrada com uma série de atividades culturais ao longo do dia e com uma apresentação, à noite, da Jovem Orquestra de Cabedelo (JOC), composta pela turma pioneira de professores e alunos do Prima.

"Já temos uma estrutura que irá abrigar o Prima em Mandacaru e a comunidade está articulada com as escolas públicas para nos receber", declarou Klein, que está firmando as bases do Prima na região metropolitana da capital para depois expandir o programa para o interior.

A expectativa é que, ainda no segundo semestre deste ano, as células do Prima se multipliquem em Campina Grande, Patos, Cajazeiras e Catolé do Rocha, cidade natal do secretario de Cultura Chico César, apoiador do programa levado adiante pelo Governo do Estado.

Klein aproveitou o ensejo para anunciar um evento especial que ocorrerá no âmbito da agenda a Orquestra Sinfônica da Paraíba, na próxima semana, e para comentar aspectos de sua recente gestão, que já é alvo de críticas internas por parte dos músicos da OSPB.
O evento será uma noite da qual participarão a OSPB, a Orquestra Sinfônica Jovem, a Orquestra Sinfônica da UFPB e do Recife.

No programa, Klein fará um recital no qual abandonará as batutas para assumir o Oboé, instrumento do qual é reconhecidamente um dos solistas mais virtuosos do mundo (na China, por exemplo, há um festival de Oboé com seu nome).

"Tocarei algumas peças que são para a flauta, mas que a gente pega emprestado para o Oboé, e uma composição de Liduíno Pitombeira (compositor residente da OSPB), promovendo sua estreia mundial", conta Klein.

O regente mais uma vez se reportou às discordâncias com os músicos da orquestra, que reivindicam melhorias salariais em detrimento da contratação de solistas convidados (este ano, dois grandes solistas participaram de apresentações no Cine Banguê: Richard Young e Ricardo Castro; em março, o regente sueco Carlos Spierer também subiu ao palco como convidado).

"Não concordo com esta visão de que o orçamento da Orquestra deve ser exclusivamente voltado para reajustes salariais. Temos um orçamento limitado diante de outras orquestras e ainda temos que direcioná-lo para a orquestra jovem e para as escolas de música", justificou Alex Klein.

Segundo ele, o orçamento é da ordem de R$ 250 mil: "É um valor muito baixo. Uma orquestra de respeito dispõe de R$ 800 mil de orçamento. Estamos fazendo o possível dentro destes limites para retomar o prestígio da OSPB".