Um mundo em vermelho

Chegam às livrarias este mês dois livros que resgatam a História do Comunismo.

Chegam às livrarias este mês dois livros que resgatam a História do Comunismo – um explorando os principais acontecimentos e personagens pelo mundo e o outro abordando especificamente o Brasil, ancorado em um dos partidos políticos que o adotou.

A trajetória do sistema sócio-político pelo globo é ostentado em A Bandeira Vermelha – Uma História do Comunismo (Leya, 800 páginas, R$ 59,90), do professor britânico David Priestland.

O autor mostra como o regime, em todas as suas vertentes, exerceu apelo a diferentes sociedades por várias razões, seja como uma reação às desigualdades ou como um desejo de ‘acertar o passo’ com o mundo ocidental, apresentando nomes que marcaram o comunismo (inclusive na América Latina) como Marx, Stálin, Lênin, Mao Tse Tung, Trotsky, Fidel Castro, Che Guevara e Hugo Chaves.

No auge da sua influência, medindo forças na queda de braço com o capitalismo, os ‘vermelhos’ governavam um terço da população mundial. Mesmo com seu colapso, em novembro de 1989, quando o muro que dividiu a Alemanha caiu, ainda há partidos comunistas no poder na Ásia e América Latina.

Professor de História Moderna da Universidade de Oxford, Priestland divide o movimento em quatro fases no livro, debruçando desde a Revolução Francesa do Século 18 até a queda na reta final do Século 20.

A Bandeira Vermelha narra em ordem cronológica os fatos mais importantes do comunismo, mostrando uma perspectiva mais detalhada da visão política que se tornou um dos regimes mais criticados pela sociedade moderna.

NO BRASIL
Os primórdios do comunismo no Brasil são vistos nas páginas de Formação do PCB (Anita Garibaldi, 160 páginas, R$ 25,00), do fluminense Astrojildo Pereira (1890-1920).

Esgotada há 36 anos, a obra ganha nova edição e narra o processo de criação do partido até o final de 1928, quando aconteceu o terceiro Congresso do PCB.

O autor faz um ‘flashback’ nos três primeiros capítulos para refazer o caminho das primeiras tentativas de organização sindical e política do movimento operário no país.

O livro revela também a diferença da gênese do movimento no Brasil, que adotou o anarcossindicalismo ao invés da doutrina marxista seguida em outros países.