Sol e lua brilham juntos em Areia

Espetáculos ‘Feito o Sol’ e ‘Lua’ do Quinteto Armorial Cordas de Caroá e do violinista Antônio Nóbrega, homenageiam ‘Rei do Baião’ em Areia.

Armoriais, baião, forró e poesia invadem o ‘Eu’ – nome do palco principal (no Calçadão João Cardoso) que presta homenagem à obra centenária de Augusto dos Anjos – na 13ª edição do Festival de Artes de Areia, no município brejeiro que batiza o evento com o seu nome.

Munido de violino, violão, bandolim e de sua voz, o pernambucano Antônio Nóbrega traz o show Lua, em homenagem ao centenário de nascimento do seu conterrâneo Luiz Gonzaga (1912-1989).

A apresentação gratuita que começa às 22h valoriza no que diz respeito à atualidade e necessidade de escutar Gonzagão não só dentro do contexto de um compositor e intérprete nordestino, mas também como desbravador e divulgador de ritmos e gêneros musicais como o xote, xaxado, chamego e o baião.

No repertório de Nóbrega, músicas instrumentais e as que marcaram a trajetória artística de Gonzaga como os clássicos ‘Acauã’, ‘Que nem jiló’, ‘Siri jogando bola’, ‘Baião’, ‘Juazeiro’ e ‘Asa branca’.

O violinista Antônio Nóbrega começou sua carreira na Orquestra de Câmara da Paraíba, em João Pessoa, onde atuou até o final dos anos 1960. O músico recifense também fez parte do movimento armorial criado pelo paraibano Ariano Suassuna nos anos 1970.

MÚSICA SOLAR
Falando a mesma ‘língua’, antes do show Lua, entra em cena o paraibano Quinteto Armorial Cordas de Caroá também para prestar a sua reverência ao ‘Rei do baião’ com o espetáculo intitulado Feito de Sol, que mostra os elementos da cultura popular do Nordeste como a rabeca e o cordel.

"Espontaneamente, sem querer, Luiz Gonzaga já trabalhava a forma do armorial", analisa Roberto Araújo, vocalista que toca violão e viola popular no grupo.

Além de composições autorais como ‘farinhada’, uma suíte nordestina mostrará canções como ‘Asa branca’, ‘Pau de arara’ e ‘Na sala de reboco’ ganhará nova roupagem no som do quinteto.

“Vamos intercalar música instrumental e cantada com poemas bem telúricos”, resume o poeta Marco di Aurélio.

Como convidado para Feito de Sol, o percussionista Renato Lucena se junta ao quinteto, que ainda tem na sua formação Marcelinho Vasconcelos (rabeca), Fernando Pintassilgo (flauta e marimbau), e Beto Lucena (percussão).

Como shows ‘irmãos’, o grupo também fará releituras de Antônio Nóbrega.