No ar há quase 4 meses, a novela ‘Carrossel’’’(SBT) ganhou dramaticidade com o tempo. As crianças da trama estão longe de ter uma infância tranquila. Seja por falta de dinheiro, preconceito racial ou abandono familiar, várias delas estão envolvidas em situações complicadas até para os adultos.
Para a autora Iris Abravanel, a novela reflete a realidade. “Mostramos a essência da criança, que se diverte, mas que também tem momentos de sofrimento’’, diz.
A fórmula de tentar dar veracidade aos personagens parece funcionar também com os pequenos, e a identificação com os assuntos ocorre inclusive entre os atores que participam da trama.
“Já ouvi falar de muitas histórias parecidas com a de Carmen’’, conta Stefany Vaz, citando a sua personagem na novela, cuja família passa por problemas financeiros.
Para Iris, o mais importante é que os fatos demonstrados na TV apontem um caminho para as famílias que, na vida real, também enfrentam problemas. “Procuramos atingir as crianças e os pais, para que os conflitos possam ser resolvidos com diálogo.’’
O excesso de dramas infantis retratados em ‘Carrossel’ não é criação de Iris. Isso já era visível na primeira versão da novela, que era mexicana e foi exibida no começo da década de 1990 pelo SBT.
Apesar disso, a autora fez algumas adaptações, principalmente na relação entre pais e filhos. “Na época, não existiam aparatos tecnológicos, as famílias eram mais unidas e os diálogos eram mais fluentes.’’
Se durante as gravações as crianças se esforçam para demonstrar tristeza e até chorar, nos intervalos o clima é de descontração. “Sei a diferença entre realidade e ficção, porque, se eu não separasse as duas coisas, ficaria desesperado’’, conta Jean Paulo Campos, que interpreta Cirilo, o menino negro vítima de preconceito racial.
Para a autora Iris Abravanel, esse amadurecimento ocorreu graças ao apoio psicológico dado às crianças. “Eles estão aperfeiçoando seus relacionamentos. ‘Carrossel’ tem sido uma escola na ficção e na vida real desses atores mirins.’’
