De volta do Recife (PE), onde participou de uma exposição coletiva e foi curador da individual de Raul Córdula no Parque Dona Lindu, Dyógenes Chaves lança hoje em João Pessoa o livro 2005-2010: Ensaios Sobre Artes Visuais na Paraíba (2OU4, 160 páginas, R$ 15,00), coletânea com os textos que publicou como crítico de arte no extinto jornal ‘O Norte’.
"Eu faço parte de uma geração de artistas múltiplos que, no futebol, seriam como reservas que substituem qualquer tipo de jogador", diz o autor, que assina a obra às 20h, na Usina Cultural Energisa (Torre). "Por força da sobrevivência, passei a escrever sobre arte, dirigir e coordenar instituições de cultura, organizar exposições de outros artistas e, na minha própria arte, trabalhar com vários suportes".
Segundo o crítico, a edição, que reúne cerca de 60 dos mais de 200 textos que publicou na imprensa até 2010, privilegiou aqueles que não pereceram ao destino do jornal diário, definido por Dyógenes, na orelha do livro, como o de "servir de embrulho de peixe" no outro dia.
"Tem muito texto que publiquei de que não me orgulho em nada", admite. "Os que estão no livro viraram literatura, deixaram de ser um registro jornalístico do momento".
Nos cinco anos de militância como apreciador da arte que o cerca, Dyógenes lamenta que a Paraíba permaneça em um ritmo lento em relação ao mercado: "A Paraíba vive um paradoxo em relação à arte: temos poucas galerias e bons artistas", arremata.
