Do canto ao cordel

Cantora e compositora Cátia de França lança biografia em formato de literatura de cordel; jornalista Edileide Vilaça assina produção.

Homenageada, ao lado de Elba Ramalho, pelo projeto Ano Cultural 2013, a Cátia de França se transformou em personagem da literatura de cordel. E a biografia em formato popular nem precisou ser autorizada. Cátia de França: A vida na Prosa Rimada, a Alma Livre nos Versos (Sal da Terra, 16 páginas) é de autoria da própria cantora e compositora paraibana.

"Eu já tinha esse cordel feito desde o final da década de 1990", explica Cátia de França, que produziu os versos, originalmente, para compor o encarte do seu primeiro CD: Avatar (1998). "Na época, o projeto não deu certo por falta de grana e eu saí mostrando o texto pra todo mundo. Agora, chegou a hora e o momento de publicar. Foi uma felicidade maravilhosa".

Com capa do chargista Régis Soares, revisão da professora Diva Frasão e produção da jornalista Edileide Vilaça, a publicação foi viabilizada por intermédio do vereador Fuba (PT) e será distribuída em 95 escolas públicas da capital.

Parte da tiragem também será vendida ao público, mas o preço de capa ainda não foi definido, segundo a própria Cátia de França. A voz de ‘Kukukaia’ também será tema de uma grande exposição que entrará em cartaz do dia 18 de dezembro a 31 de março na Estação Cabo Branco, sob curadoria de Lúcia França.

"Será uma exposição de toda a minha vida. Tudo que é meu estará lá dentro, da primeira sanfona ao piano em que aprendi a tocar, até o meu acervo que estava espalhado em vários cantos do país", descreve a artista.

Além dos objetos musicais, documentos de sua trajetória e a discografia completa, a mostra irá reunir também as pinturas de Cátia de França, revelando uma faceta meio encoberta em meio à sua militância na música popular brasileira.

"Houve um tempo em que eu morei em um lugar bem isolado e me dediquei à pintura naïf", lembra Cátia de França, que atualmente reside no Rio de Janeiro, mas durante as homenagens do Ano Cultural estará radicada no Rio Grande do Norte.

Os quadros de Cátia de França chegaram a participar de uma das edições do Salão Municipal de Artes Plásticas (Samap) de João Pessoa e foram apresentadas pelo crítico Valter Galvão.