“Antes de compositora, sou educadora e pesquisadora”, avisa Alice Lumi Satomi, que está lançando o disco Mosaico Nipo-Andestino-Brasileiro, projeto patrocinado pelo Fundo Municipal da Cultura (FMC), um passeio pelas vertentes das músicas do Japão e do Brasil. “Juntar o Nordeste brasileiro com o Japão é romper as barreiras do Ocidente com o Oriente”, garante.
Nesta sexta-feira, a partir das 18h30, no Ednaldo do Egypto, em João Pessoa, Satomi apresentará as seis recriações musicais e as duas releituras.
Com direção cênica de Valeska Picado, o lançamento conta com a participação dos músicos do CD Kayami Satomi, Fernando Farias, Soraia Bandeira, Maria Juliana, Fábio Xavier, Helayne Cristini, Michel Lucena, Paulo Ró, Sarah Araújo, Magno Job e Hercílio Antunes, além dos convidados especiais Mayara Yuri, Lílian Pereira, Júnior Andrade e Wênia Medeiros.
De acordo com Alice Lumi Satomi, o ritmo e escalas entre as músicas brasileira e nipônica são diferentes. “Procuro não só juntar dois instrumentos, mas incluo também novos elementos como a poesia e música brasileira”.
Dessas releituras, o poema de Vinicius de Morais (1913-1980) A Rosa de Hiroshima e uma canção do paraibano Chico César que fala do país do Sol Nascente, ‘Teishoku’.
A instrumentista nascida em São Paulo e radicada na Paraíba desde 1985 promove a costura dos sons do projeto de interação cultural através dos timbres do koto, uma cítara tradicional japonesa que se faz presente na maioria das faixas apresentadas no Mosaico Nipo-Andestino-Brasileiro.
A pesquisa apresentada no CD de Satomi ainda apresenta outras misturas tipicamente brasileiras, a exemplo dos ritmos indígenas e do toque da capoeira, dentre outros, além de outras sonoridades como a música andina.
“O disco é um desdobramento do projeto Mosaico musical nipo-brasileiro, estreado nas comemorações do centenário da imigração japonesa, em João Pessoa e São Paulo, em junho de 2008, pelo grupo Jampakoto e coro Hakuhinode, ambos integrados por professores e alunos da UFPB”, explica.
