‘Rumos’ vai distribuir R$ 15 milhões para patrocinar iniciativas de arte e cultura

Além de subir o valor, o novo edital acabou com o teto para cada projeto, que era de R$ 400 mil.

SÃO PAULO – Na contramão do país, cuja crise tem minando os já minguados recursos para fomentação de cultura, o Itaú Cultural anunciou, segunda-feira, R$ 15 milhões para a nova edição do ‘Rumos’ – pouco mais de um milhão em relação à edição anterior, lançada em 2013, que contemplou 101 projetos de várias partes do país, inclusive da Paraíba.

Além de subir o valor, o novo edital acabou com o teto para cada projeto, que era de R$ 400 mil. “O que fizemos foi um ato de ousadia, mas assim podemos deixar a proposta fluir com mais naturalidade”, resumiu Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, durante a coletiva para apresentar o ‘Rumos Itaú Cultural 2015-2016’.

O novo ‘Rumos’ segue a filosofia de 2013: nada de burocracia ou juridiquês para a inscrição. Segundo dados do Itaú, 97% dos inscritos na última etapa acharam valiosa essa desburocratização, responsável por aumentar de 2.600 para 15 mil o número de inscritos.

Para se inscrever, o candidato deve responder a um questionário simples no site www.rumositaucultural.org.br. As inscrições, gratuitas, vão até 6 de novembro e o resultado será divulgado em maio de 2016. Os proponentes que forem selecionados terão até 36 meses para executar o projeto.

INOVAÇÃO

Desde a edição passada, o Rumos vem buscando uma nova forma de fomentar a criação, difusão, formação e documentação relativa a arte e cultura do país. Baseado no pensamento do “Não é o que o Itaú Cultural quer da cena cultural, mas o que a cena cultural quer do Itaú Cultural”, em 2013 o edital inaugurou um modo multidisciplinar e diferente de patrocinar as ideias propostas em todo o país, dissolvendo categorias e esperando que o proponente ofereça um projeto criativo, surpreendente e bom para a cultura do país.

A ideologia, em que o meio é mais importante que o fim, segue valendo neste novo edital: ao invés de dar o prêmio ao contemplado e esperar pelo resultado, o Itaú Cultural prefere ser parceiro da ideia, atuando junto na execução do projeto.

“De fato é um caminho mais difícil”, pondera Saron, que vê no desafio a necessidade que move uma instituição que está bem próxima da maturidade – daqui a 2 anos, o instituto fará 30 anos. “Não é fácil! É complexa, mais difícil e muito mais elaborada essa caminhada, mas efetivamente, é o que o mundo da cultura espera de uma instituição”, discursa, sinalizando que gostaria que a iniciativa do Rumos, tal qual se apresenta hoje, "contamine" positivamente outras instituições, comprando essa ruptura com os vícios que os editais levam à cultura, assim como a necessidade de apostar no risco.

Assim como eu 2013, uma caravana ‘Rumos’ sairá pelo Brasil detalhando o projeto e tirando as dúvidas em todos os Estados do país. Ainda não há uma data para a Paraíba.