Silvia Pfeifer traz a vida de Maria Callas para os palcos da Paraíba

Trajetória da cantora lírica é contada em espetáculo teatral que terá apresentações em Campina Grande e João Pessoa.

“Ser guerreira” é o que resume a atriz gaúcha Silvia Pfeifer sobre a trajetória da cantora lírica Maria Callas (1923-1977), papel que ela encarna na sua primeira turnê teatral. A montagem de Callas será conferida pela Paraíba em três sessões: nesta quinta-feira, às 20h, no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande; e amanhã e sábado, sempre às 20h, no Teatro da Estação Cabo Branco, em João Pessoa. Os ingressos custam R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia).

“É um espetáculo rápido de uma hora. Não dá pra cansar, não é um documentário, não é uma ópera e eu não canto”, frisa Pfeifer em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA.

A peça nos transporta para a Paris do dia 15 de setembro de 1977, um dia antes da morte da soprano, que se encontra com o jornalista e amigo John Adams (interpretado por Cássio Reis) para mostrar a exposição que ele está organizando sobre a cantora.

No clima intimista da galeria de arte às vésperas do vernissage, entre figurinos, quadros, discos e imagens, Maria Callas relembra toda a sua trajetória, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal.
“É uma licença poética”, avisa Pfeifer. “Tudo o que eu falar da Callas é verdade, mas tudo que se refere ao jornalista não é necessariamente verdade. Fernando Duarte (autor do espetáculo) compilou vários jornalistas que geraram documentos, entrevistas e livros numa só pessoa, que a conhece de outros Carnavais”.

Através dos altos e baixos da vida da protagonista, Silvia descreve que nas paredes da galeria parisiense são projetadas imagens e vídeos ao longo do espetáculo. “Há também intervenções em áudio para situar o espectador no tempo e espaço do que ela está falando”. A direção de Callas fica por conta de Marília Pêra, que já interpretou a diva do canto lírico em 1996, na master class sob a direção de Jorge Takla.

“Marília faz tudo, qualquer coisa e mais alguma coisa”, conta Silvia aos sorrisos. “Entende tudo de direção, encenação e música. Ela é rígida do mesmo jeito que sou”.

Silvia Pfeifer conta que foi um pânico duplo por interpretar Callas sob a direção de Marília Pêra, que “entregou de mão beijada o que ela tinha feito na master class”. Antes mesmo do texto ser entregue, Pfeifer se dedicou a ampliar cada vez mais os seus horizontes a respeito da personagem.

“A admiração que eu sempre tive por ela não mudou muito. Só fez aumentar”, conta. “Ela teve uma vida muito sofrida. O Onassis (magnata grego morto em 1975) foi muito cruel com ela, apesar de ser sua grande paixão. Apesar do seu temperamento forte, ela conseguiu passar por tudo aquilo, só valoriza o lado do ser humano que Callas foi”.