Álbum com inéditas e duetos ‘póstumos’ marcam os 70 anos de Gonzaguinha

A voz do cantor foi extraída dos tapes originais e incluída em recentes gravações de estúdio com os “novos parceiros”.

Filho do ‘Rei do baião’, Gonzaguinha não quis ser ‘príncipe’ e trilhou sua própria estrada musical como cantor e compositor que deixou sua marca na MPB. Nesta terça-feira, o artista carioca completaria 70 anos. Para marcar a data, dois discos em homenagem a ele se destacam atualmente.
O primeiro deles é Gonzaguinha – Presente (Universal Music), disco que reúne 14 dos seus sucessos em duetos com grandes nomes da música brasileira, além de uma nova geração que não foi contemporânea de Gonzaga Jr.

A voz do cantor – morto num acidente automobilístico em 1991 – foi extraída dos tapes originais e incluída em recentes gravações de estúdio com os “novos parceiros”. Foram mantidos os arranjos originais, regravados sob a batuta do maestro Mauricio Barbosa.

Dentre os intérpretes estão Maria Rita (‘Grito de alerta’), Ivete Sangalo (‘Sangrando’), Gilberto Gil (‘Lindo lago do amor’), Martinho da Vila (‘Com a perna no mundo’), Zeca Pagodinho (‘E vamos à luta’), Lenine (‘Começaria tudo outra vez’), Alexandre Pires (‘O que é, o que é?’), a dupla Victor & Leo (‘Espere por mim morena’) e Ana Carolina (‘Explode coração’).

A grande atração é o duo com o filho Daniel Gonzaga em ‘Vida de viajante’. “Companheiro de televisão. Meu feitor. Escravo de corta-grama. Amigo de longa distância. Poeta que me fez poeta”, definiu Daniel Gonzaga no seu site oficial, a respeito do pai.

Com uma voz que remete ao seu genitor, Daniel gravou duas músicas do pai no disco de estreia (Sob o Sol, 1996), uma outra no segundo (Os Passos na Paralela, 1998) e só com composições de Gonzaguinha no quinto trabalho (Comportamento Geral, 2008).

Dezesseis anos cantando com o grupo Chicas, Fernanda Gonzaga lança seu “risco” solo – como ela mesma define – homenageando o pai: Gonzaguinha – 70 Anos foi feito de maneira independente, com ajuda do financiamento coletivo através da internet.

Segundo a cantora, o projeto começou com a seleção de algumas “relíquias quase escondidas” e “pérolas esquecidas” com o arranjador Bernardo Ramos para poder apresentá-las num pocket show.
“Músicas que me tocam, que nem sempre são as mais conhecidas por todos, mas que traduzem o entendimento que tenho de mim mesma e do Luizinho que conheci. Sua força, suas dificuldades”.
No disco, faixas como ‘Pessoa’, ‘Caminhos do coração’ e ‘Plano de voo’, além das inéditas ‘Relativo’ e ‘Aprender a sorrir’.