PLAYLIST: músicas que homenageiam a cidade de João Pessoa e suas histórias

Confira músicas que contam histórias de João Pessoa neste aniversário de 436 anos da capital.

A capital paraibana completa 436 anos nesta quinta-feira, 5 de agosto, e o JORNAL DA PARAÍBA montou uma playlist com as principais homenagens e referências que artistas paraibanos já fizeram para João Pessoa. Na lista, canções que exaltam a cidade, também que criticam o nome atual do município, e até mesmo contos e histórias que acontecem nas ruas da capital.

Genival Macedo – Meu Sublime Torrão (1937) 

“Num recanto bonito do Brasil, sorri a minha terra amada, onde o azul do céu é mais cor de anil, onde o sol tão quente parece mais gentil”. É com estes versos que o compositor paraibano Genival Macedo abre o samba “Meu Sublime Torrão”, de 1937, considerado por lei o hino popular da cidade de João Pessoa. A música foi eternizada na voz de Elba Ramalho e com melodia da Orquestra Tabajara.

Cátia de França – Ponta do Seixas (1980)

“Esse verde que chega a doer, das águas de Tambaú. Se você me deixa, eu me arretiro, não brigo contigo. Bem longe irei chorar, morar na Ponta dos Seixas”. Cátia de França retrata suas saudades de João Pessoa com uma canção de reflexo, que está no disco “Estilhaços”, de 1980.

Roberta Miranda – Tambaú (1999)

“Tambaú, meu Tambaú, chora saudade, chora viola. Ai céu azul. Lá tem gaivotas, sobrevoando o mar azul”. Quem também fala de saudade do litoral é a paraibana Roberta Miranda. Ela conta sobre a paisagem e a vida do bairro de Tambaú na música homônima, que está em “Sol da Minha Vida”, de 1999. 

Mafiota – Rua da Areia (2015)

Uma das mais antigas ruas da capital foi a inspiração para a banda Mafiota compor a música “Rua da Areia”. A música é uma homenagem aos 100 anos de carnaval tradição da cidade e o clipe conta a história de um homem que, sobrecarregado de trabalho, procura lazer na Rua da Areia, conhecida por abrigar cabarés e bares noturnos. 

Fuba – Porta do Sol (1994)

“Somos a porta do sol deste país tropical”. Escrita pelo compositor Flávio Eduardo – o Mestre Fuba – e mais conhecida na voz de Renata Arruda, a música “Porta do Sol” traz, inclusive no título, uma homenagem ao extremo oriental das Américas, onde o sol nasce primeiro. A canção faz parte do CD “Sculamba”, lançado em 1994, e além de Fuba e Renata Arruda, também foi gravada por outras oito pessoas.

Zé Ramalho – Vila do Sossego (1978) e Jardim das Acácias (1979)

O cantor e compositor paraibano Zé Ramalho tem duas composições cujas inspirações são explicitamente pessoenses: “Vila do Sossego”, do primeiro disco do cantor, lançado em 1978, e “Jardim das Acácias”, de 1979, que faz parte do segundo disco de Zé Ramalho. Ambas as canções refletem experiências e sentimentos que o cantor viveu enquanto morava na capital paraibana. A Vila do Sossego era a casa de praia da tia dele, onde Zé morou por um tempo, e que se tornou ponto de encontro de artistas de João Pessoa. O que aparece nas ruas são citações desses encontros e a casa existe até hoje, na Avenida Ingá, em Manaíra. 

Entre os visitantes da “Vila” estava o artista plástico paraibano Raul Córdula, amigo de Zé e que morava no bairro Jardim das Acácias, que inspirou o artista a compor a canção homônima.

Raimundos – Puteiro em João Pessoa (1994)

“Foi num puteiro em João Pessoa, descobri que a vida é boa, foi minha primeira vez”. Talvez uma das mais controversas das canções em homenagem à capital paraibana, Puteiro em João Pessoa, do grupo Raimundos, é um “relato fiel” da aventura vivida e cantada por Rodolfo Abrantes, ex-vocalista da banda, no então ‘puteiro’ Roda Viva – que agora é um motel. Em entrevista ao G1 em 2013, o “primo velho e cancrado” Bessanger, como é chamado o tio de Rodolfo na canção, contou como aconteceu a história, cinco anos antes da canção aparecer no disco, como a primeira faixa do álbum de estreia do Raimundos. Bessanger morreu em 2020.

Evandro Bocão, Serginho 20 e Tito – João Pessoa, onde o Sol Brilha Mais Cedo (1999)

“Viajando pra onde o sol brilha mais cedo, abro as portas das Américas”. Ainda com o tema do ponto mais oriental das Américas, a cidade de João Pessoa voltou a ser homenageada em 1999 como enredo da escola de samba Unidos de Vila Isabel, do grupo especial do Rio de Janeiro. O samba enredo composto por Evandro Bocão, Serginho 20 e Tito foi cantado pelos carnavalescos Gera e Jorge Tropical e propagada pela Paraíba naquele ano.

Madalena Moog – Stronic Up! (2006)

“A vida é boa a beira-mar em João Pessoa”. Os versos do refrão da música “Stronic Up!”, do álbum de mesmo nome da banda Madalena Moog, foram escritos pelo compositor e líder da banda, Antonio Patativa, enquanto morava em Porto Alegre. Apesar de ser pernambucano, foi a saudade da capital paraibana que inspirou a canção. Mas a inspiração em João Pessoa não parou por aí. Depois do lançamento de “Stronic Up!”, em 2006, a banda escreveu mais letras que falam da cidade, das ladeiras, das ruas, e em 2012 lançou uma coletânea com oito faixas no dia do aniversário dos 427 anos da capital.

Ton Oliveira – Paraíba, Jóia Rara (2011)

“Aqui o sol nasce primeiro”. Refletindo a forma como o sol chega em João Pessoa antes de chegar no resto do Brasil, o verso acima abre a canção Paraíba, Jóia Rara, de Ton Oliveira. Natural de Campina Grande, o cantor escreveu a música para homenagear todo o estado e, segundo o cantador Santanna, deveria ser hino oficial da Paraíba.

Vieira – Comercial Sul (2015) e álbum Parahyba Vive (2018)

“Mas se você vai querer saber, te encontro na principal”. A “principal” a que a música carro-chefe do EP “Comercial Sul”, da banda Vieira, se refere é a Rua Empresário João Rodrigues Alves, nos Bancários, mais precisamente, na Praça da Paz, segundo explica o compositor e vocalista do grupo, Arthur Vieira. De acordo com o artista, o disco inteiro tem referências à capital paraibana, onde o grupo surgiu. 

Em 2018, a banda continuou com as histórias na capital no disco “Parahyba Vive”, que reúne retalhos e recortes de experiências vividas pelos integrantes da banda na capital paraibana, além de homenagear o antigo nome de João Pessoa. Segundo o grupo, as canções abordam de forma lúdica essas vivências e são compostas com a intenção de transmitir a sinceridade que o ambiente passa para os compositores.

Bravo – Na Faixa (2016), Delivery Express (2017), Roupa de Rei (2017)

Não só de homenagens são as canções que refletem a cidade de João Pessoa. Artistas como o Bravo – alter-ego do cantor Alberto de Araújo – escrevem também sobre situações que se passam na capital paraibana e de forma musicada contam a história da população. Entre as três músicas lançadas pelo projeto em 2016, está “Na Faixa”, que relata a história real vivida por moradores da comunidade Paulo Afonso, no bairro de Jaguaribe, que tiveram os barracos derrubados e foram retirados de uma área de proteção ambiental, em 2010. Parte dos moradores recebeu novas casas, mas alguns não tinham sido beneficiados à época.

Em 2017, no segundo EP do artista, falecido em 2018, estão ainda as faixas “Delivery Express” e “Roupa de Rei”, com histórias que se passam em João Pessoa, contos sobre personagens da rua, da periferia e da orla.

Os Gonzagas – Parahyba (2016) e Do Farol à Lagoa (2021)

Em 2016, a banda Os Gonzagas resolveu homenagear a capital paraibana com a música “Parahyba”, escrita pelo então vocalista Felipe Alcântara e pelos músicos Yuri Gonzaga e Toni Silva. A música foi gravada e lançada no mesmo dia 5 de agosto. Este ano, agora com novos vocalistas, a banda lançou “Do Farol à Lagoa”, um dueto entre Yuri Gonzaga e Maria Kamila.

Chico Limeira – Imprópria (2018)

Outra canção controversa de homenagem à capital paraibana, “Imprópria”, de Chico Limeira, foi a grande vencedora do Festival de Música da Paraíba no mesmo ano. A canção questiona as homenagens a políticos – a começar pelo nome atual da cidade – em ruas, praças e bairros. Chico Limeira sugere trocar os nomes para homenagear artistas, pássaros, árvores e outras figuras. 

Seu Pereira e Coletivo 401 – Carimbó da Penha (2015)

A animada “Carimbó da Penha” é uma homenagem que a banda Seu Pereira e Coletivo 401 faz à Praia da Penha, com todas as suas energias positivas. O local foi escolhido pela banda para que o eu lírico se energize e se recupere, embolado por um ritmo latino que norteia todo o o disco “Musa Caliente – Canções de Verão”, que saiu em 2015. Aliás, o próprio Coletivo 401 do nome da banda é uma linha de ônibus da capital.

Macumbia – Parahyba (2015)

Também com todo seu ritmo latino, vem a banda Macumbia, em seu disco de estreia “Carne Latina”, falando das praias de João Pessoa, do Circular 1500, do chorinho na praça, do Centro Histórico, do Mercado da Torre e de outros pontos turísticos e lugares clássicos da capital, na música “Parahyba”, de 2015.