O Dia Nacional do Forró é comemorado nesta segunda-feira, 13 de dezembro, em homenagem ao aniversário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Esse ano, a data parece ganhar ainda mais visibilidade, visto que na última quinta-feira (9), o forró foi declarado patrimônio imaterial do Brasil pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Alguns artistas, como Flávio José, Lucy Alves, Waldonys, Luan Estilizado, entre outros, declararam seu amor pelo ritmo nas redes sociais e lembraram a data que, de uma forma ou de outra, faz parte da trajetória de cada um.
Flávio José, sanfoneiro natural da cidade de Monteiro, na Paraíba, publicou uma homenagem nas redes sociais. “Minha vida é andar por este país, Pra ver se um dia descanso feliz, Guardando as recordações, Das terras onde passei, Andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei. Viva o eterno rei do baião!”, destacou.
O cantor Waldonys aproveitou o dia para parabenizar o Rei do Baião. “Parabéns Seu Luiz Gonzaga, pelo legado, portudo que o senhor fez pelo nordeste, cantando e falando sobre o amor… O senhor plantou sonhos na cabeça de muitos caboclos sonhadores”, escreveu em uma rede social.
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Nas redes sociais, a paraibana Lucy Alves, que começou sua carreira no forró, junto com a família, com o grupo Clã Brasil, lembrou a data e destacou: “Viva nosso patrimônio”. A artista disparou na carreira quando participou do programa The Voice Brasil, cantando e tocando forró.
O músico Amazan também fez menção ao dia. Em vídeo, o cantor homenageou o ritmo e disse que irá participar de uma cerimônia no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, para comemorar a data.
Ao som de Luiz Gonzaga, Luan Estilizado gravou um vídeo com a música “Numa sala de reboco” para não deixar a data passar em branco e publicou nas redes sociais.
Falar de forró é falar da Cultura nordestina como um todo, o que implica num estudo sobremaneira superlativo. Os cadernos culturais do MEC davam uma vantagem cultural folgada ao NE sobre qualquer outra Região geográfica brasileira, tanto quantitativa, quanto qualitativamente e isso sempre incomodou aos preconceituosos anti-nordestinos: como é que pode a região mais pobre economicamente do País, ser a mais rica culturalmente?
Nos anos 60/70, aconteceu um fato exemplar sobre esse preconceito cultural. É que nesse interregno temporal de 10 anos, jorrou aos borbotões no Brasil documentários televisivos e cinematográficos, reportagens em jornais e revistas, etc, simplesmente como que endeusando a cultura popular nordestina. Um pouco mais tarde, e como que se aproveitando desse boom cultural nordestino, estourou sua versão no showbusiness de SP e RJ com as readaptações, feitas por Antonio Nóbrega, do folclore NE, o que ajudou tb a gde propagação de nosso folclore e mesmo do Forró, sendo NA BATIDA DO GANZÁ um desses memoráveis shows que rodou quase todo o Brasil, o Teatro Nacional de Brasília lotava até com expectadores em pé em seu Auditório de mais de 1.500 lugares!!!.
Martinho da Vila faturou horrores com um disco chamado a Ciranda da Lia; um grande publicitário do Rio, cujo primeiro nome ainda consigo me lembrar, MARCUS, imprimiu, para presentear seus clientes, um saudoso Long Play, todinho de repente NE, provocando tal sucesso que ele se viu obrigado a editar milhares de cópias extras para venda pública, sucedendo então de muitos intelectuais sulistas ficarem espantados e incrédulos com o folk NE; daí então Grupo da nata intelectual de São Paulo simplesmente lançou a ideia de alçar o folclore nordestino como o verdadeiro e oficial do Brasil, incrédulos com a riqueza cultural nordestina, destaque especial desse movimento para o documentário cinematográfico Nordeste: repente, cordel, da Cineasta Tânia Quaresma que bombou extraordinariamente.
Essa febre folclórica nordestina ganharia super-fôlego ainda mto maior com o boom do Forró nordestino, obrigando ás casas de pockets-shows, principalmente às boites e similares a programarem shows de forró pelo menos uma vez, por semana, ao lado da criação de grupos,bandas e conjuntos musicais NEs, todos eles apoiados na remodelação do nosso folclore: Banda de Pífes de Caruaru, Mestre Ambrósio, Quinteto Violado, Cordel do Fogo Encantado, Cascabulho e inúmeros outros … para não falar na programação do forró em todos os programas televisivos de variedades – Faustão, Raul Gil, mesmo no Fantástico. Vindo paralelo a internacionalização do forró nos EE.UU (New York com casa tocando só forró) e na Europa, França, Alemanha, Suissa e outros mais
Todo o mundo lembra disso. Pois bem e retomando a colocação do início deste parágrafo – preconceito cultural anti-NE – grande grupo de intelectuais de SP recomendou ao MEC e assemelhados que o folclore nordeste fosse declarado como o oficial do Brasil, isso enfureceu o sacripante PAULO FRANCIS, à época um dos monstros sagrados da inteligência tupiniquin: “isso é um absurdo, o Nordeste só tem fome e miséria, nada que vem de lá tem valor cultural”, fazendo de conta que havia esquecido que a literatura nordestina foi a TOP do Brasil de antanho, e mais que isso, nessa década 50/60/70, ganhava asas a poesia de João Cabral de Melo Neto, sendo Morte e Vida Severina musicalizada por Chico Buarqe, transformando-se numa espécie de hino da vanguarda cultural brasileira, merecendo do grande Augusto Campos, respeitado intelectual paulistano o comentário de que João Cabral não era só o maior Poeta brasileiro, mas sim da língua portuguesa, igualando-o a Fernando Pessoa, de quebra até a Luiz de Camões.
Apesar disso, a reação dos Francis’ boys foi maior do que tudo isso e o folclore nordestino não foi oficializado como o verdadeiro folclore do Brasil, como propuseram grande número de intelectuais paulistanos
As mídias reviraram todo folk NE.e especial a Capoeira, as quadrilhas juninas, pastoril, mamulengo, Nau Catarineta, Xaxado, Baião,danças e cantigas do Cangaço, Boi Bumbá, Vaquejada e mais de cem outros assim.
Todos sabemos que a maior parte da cultura nordestina tem origens européias, todavia totalmente AUTOCTONIZADAS pelo talento nordestino, a ponto de terem se nordestinizados a tal ponto que perderam seus vínculos europeus. Diz-se que o nosso Repente, considerado pouco tempo atrás, Patrimônio Imaterial do Brasil, tem suas raízes na Occitânia francesa (Marselha, Bordeaux, Nice), onde, ainda hoje, se apresentam performances repentistas, diferenciadas a tal ponto das nossas que vários grupos repentistas franceses ( ), passaram a visitar o Nordeste para se reciclarem…
Voltando ao Forró, ele não tem nenhuma raiz européia, sua origem é intrísecamente nordestina, sem sombra de dúvidas, TALVEZ, com uns 100 anos de vida, COM ACEITAÇÃO NACIONAL A PARTIR DE UM SHOW DE LANÇAMENTO OFICIAL DO BAIÃO , NUM SHOW ESPECIAL DE lUIZ gGONZAGA EM SÃO CRISTOVÃO, BAIRRO DO RIO DE JANEIRO, COINCIDENTEMENTE HOJE EM DIA LOGRADOURO DE INFLUÊNCIA NORDESTINA.
Durante muito tempo o Forró esteve na ordem musical do dia em todo o Brasil, graças principalmente ao Lua, a Carmélia Alves e outros. Achamos que por causa do desabrochar de forte preconceito anti-nordestino, devido as grandes levas migratórias nordestinas, em face das grandes secas dos nos 50, 60 e 70, em números tão altos que São Paulo ganhou o título de a maior cidade de nordestinos do País, superando as populações do Recife e Fortaleza. O Forró como que foi escanteado por essa onda preconceituosa, não morrendo mas se limitando aos ghetos culturais nordestinos no Rio e São Paulo. Com o boom turístico nordestino, o Forró renasceu em grande estilo nacional. Parabéns o Forró nordestino pela outorga de Patrimônio Imaterial da Cultura do Brasil