As chamas de uma revolução

Depois dos fãs de Harry Potter ficarem ‘orfãos’ com o fim da franquia nos cinemas, Hollywood mexeu sua vara de condão para beber da literatura infantojuvenil direto do tubo de ensaio.

Livros como Crepúsculo, Percy Jackson, Dezesseis Luas e Os Instrumentos Mortais saíram de suas páginas para – por bem ou por mal – se materializar na telona.

Na enxurrada de adaptações literárias, Jogos Vorazes estreou no ano passado, oriundo dos livros homônimos de Suzanne Collins (todos lançados no Brasil).

A partir desta sexta-feira, entra em cartaz nas salas de João Pessoa e Campina Grande a segunda parte da franquia, Jogos Vorazes: Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, EUA, 2013).

O universo dos romances e filmes mostra um futuro distópico, onde jovens são escolhidos em cada distrito de Panem para servir de ‘tributo’ ao governo totalitário da Capital e participam em uma espécie de reality show para lutar entre si até a morte. Apenas um sai vivo dos jogos.

Tal premissa já foi seguida por inúmeras produções cinematográficas, a exemplo de O Sobrevivente, adaptação dos anos 1980 com Schwarzenegger baseado em um conto de Stephen King (sob pseudônimo de Richard Backman).

Novamente no papel da protagonista campeã pelo Distrito 12, Katniss Everdeen, Jennifer Lawrence tem uma trajetória bastante peculiar de outros astros que ficaram conhecidos por personagens como esse: um ano antes do primeiro Jogos Vorazes, ela foi indicada para o Oscar de Melhor Atriz pelo drama independente O Inverno da Alma, mas também participou (no mesmo ano) de filmes blockbusters baseados em quadrinhos como o X-Men: Primeira Classe.

A consagração veio através da comédia dramática O Lado Bom da Vida – lançada no mesmo ano que Jogos Vorazes – com um Oscar, mesmo com um tropeço literal na subida para pegar sua estatueta dourada.

Em Chamas, quando a rebelião contra a Capital é iniciada, os ‘tributos’ Katniss e Peeta (Josh Hutcherson, de Amanhecer Violento) são obrigados a participar de uma edição especial dos Jogos Vorazes, o Massacre Quaternário, que acontece a cada 25 anos.

Na ótica local, a revolução nos distritos, com os jovens saindo às ruas visto nos trailers do filme, chega a traçar um paralelo real com as recentes manifestações no Brasil.

Para a sequência, sai o diretor Gary Ross (Seabiscuit - Alma de Herói) e entra no projeto o cineasta Francis Lawrence, responsável por filmes como Constantine (2005), Eu Sou a Lenda (2007) e Água para Elefantes (2011).

O diretor também vai dirigir o último capítulo da saga, A Esperança, que, seguindo o exemplo do próprio Harry Potter e Crepúsculo, será dividido em dois longas-metragens.

A terceira produção já se encontra em processo de filmagem desde setembro. Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 chegará aos cinemas em novembro do próximo ano e a sua última parte tem estreia marcada para o final de 2015.

Na esteira do sucesso da franquia, a nova paródia escrita e dirigida por Jason Friedberg e Aaron Seltzer (Uma Comédia Nada Romântica), intitulada Jogos Famintos, tem previsão de estreia nacional para o final deste mês e apresenta como mote principal os filmes baseados nos best-sellers de Suzanne Collins.