Amor Estranho Amor, o filme em que Xuxa seduz um garoto de 12 anos num bordel de luxo, chega, afinal, à televisão.
Será exibido pelo Canal Brasil aos 30 minutos da madrugada desta sexta-feira (12).
Temendo macular sua imagem de Rainha dos Baixinhos, Xuxa conseguiu tirar o filme de circulação por muitos anos, instituindo uma “censura” depois que a verdadeira censura do regime militar havia sido extinta pela Constituição de 1988.
Sua exibição é uma vitória notável da liberdade de expressão. Ainda mais agora que o Brasil tem um governo de ultradireita que defende pautas de comportamento altamente reacionárias.
Amor Estranho Amor não é um dos pontos altos da filmografia de Walter Hugo Khouri, mas é um bom filme.
Sempre lamentei a luta de Xuxa para tirá-lo de circulação.
Melhor seria ter assumido que fez o filme. A então Rainha dos Baixinhos teria sido mais verdadeira. Não foi. Preferiu esconder.
Amor, Estranho Amor, ao mostrar uma adulta seduzindo um garoto, não está fazendo necessariamente a defesa da pedofilia.
O filme, que tem erotismo, mas trata também de política, deve ser encarado como expressão artística. Foi realizado por um cineasta brasileiro importante que fez seus melhores filmes sobretudo nos anos 1960 e 1970.
Walter Hugo Khouri atuava em São Paulo, realizando filmes sofisticados que geralmente mostravam as angústias de um personagem chamado Marcelo. O personagem apareceu em muitos filmes, vivido por diversos atores. Era o alter ego de Khouri.
Às vésperas de completar 58 anos, Xuxa agora defende a exibição do filme.
Diz que é ficção e produto artístico. Claro que é!
E recomenda que as pessoas vejam Amor Estranho Amor.
Evoluir é bom.
