CULTURA
'Clique' na gorduchinha
Com 400 imagens, jornalista Caio Vilela lança nessa quarta-feira (29) em João Pessoa o livro 'Futebol-Arte do Oiapoque ao Chuí'.
Publicado em 29/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 10/01/2024 às 16:14
Nem precisa ter uma Copa do Mundo no Brasil para o chamado ‘o país do futebol’ se movimentar em qualquer hora e lugar, seja terrenos acidentados ou improvisando com o que tiver ao alcance as traves do gol, para a santificada ‘pelada’ de todo o dia.
Os dribles, passes e disputas de anônimos são o mote dos registros do jornalista Caio Vilela, que está lançando nesta quarta-feira, em João Pessoa, o seu livro Futebol-Arte do Oiapoque ao Chuí (Grão Editora, 260 páginas, R$ 90,00) junto com a exposição intitulada Como Tudo Começou, batismo sugerido pela curadora Anne K.
“Acredito que o título da exposição remeta à origem da brincadeira”, aponta Vilela em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. “O futebol mais improvisado, sem campo, sem juiz, sem patrocínio, sem chuteiras, onde a molecada joga descalça”.
O autor estará presente no vernissage da mostra fotográfica, que acontecerá a partir das 19h30, na Della’s Iluminação (Av. Epitácio Pessoa, 1037). A exposição poderá ser visitada gratuitamente no local até o final da Copa, na primeira quinzena de julho.
Como Tudo Começou reúne 12 das 400 imagens que estão presentes no livro. Ao todo, Vilela visitou mais de 100 locações pelos quatro cantos do país através do projeto Futebol Sem Fronteiras. Um dos cliques presente no livro foi no município de Cabaceiras, no Cariri paraibano, cuja imagem está presente na mostra.
Caio Vilela puxa pela memória que queria fotografar um bate-bola perto do Lajedo de Pai Mateus. Encontrou um campinho arrodeado de mandacarus e esperou no final da tarde. Segundo ele, esse horário é a “regra de ouro” para dar uma de ‘olheiro’ e registrar os lances. “Foi quando apareceu um exército de ‘Marias Bonitas’ para jogar naquele lugar. Foi a ‘pelada’ mais endiabrada que já fotografei”, confessa.
SEM FRONTEIRAS
Nascido em São Paulo pouco antes da Copa de 1970, Caio Vilela desenvolve esse trabalho desde 2004, quando resolveu registrar o tradicional futebol de rua e a paixão pelo esporte fora do estádio em todos os lugares por onde passava ao redor do mundo. “Começou como uma brincadeira, sem grande dedicação”, enfatiza. “Só era para juntar uma coleção de imagens de futebol”.
Esses registros futebolísticos renderam ao paulistano o seu primeiro livro dedicado ao tema que também batizou o nome do projeto, Futebol Sem Fronteiras (Publifolha, 2009), onde documentou o esporte em 26 países. “Fiquei conhecido na praça como o fotógrafo que vai atrás dessa temática”, afirma Vilela, que aproveita sua passagem por aqui para clicar a ‘gorduchinha’ rolando nos campinhos improvisados de João Pessoa, Cabedelo, Araruna, Rio Tinto e Coqueirinho.
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