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CULTURA

Mariana Aydar fala sobre lançamento do novo CD

Cantora diz que o show dela na Paraíba foi um dos melhores de sua turnê. Aydar se apresentou a menos de um mês no Teatro de Arena.

Publicado em 29/09/2011 às 6:30

Tiago Germano

Não faz nem um mês que Mariana Aydar passou por João Pessoa com aquele que seria um dos shows de fechamento de sua última turnê. O sotaque paulista da cantora cativou o Teatro de Arena, que puxou junto com ela uma versão manhosamente improvável de 'Paraíba, Meu Amor', de Chico César.

O público ainda não desconfiava, mas a homenagem já era um prelúdio para o que estava sendo preparado em Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo (Universal, R$ 25, 90), disco que faz a releitura de outro prato do nosso cardápio musical: 'Galope Rasante', de Zé Ramalho, que virou um groove temperado pela malícia de Mariana.

“O show aí no Estado foi, sem exagero, um dos melhores de minha vida”, confessou a intérprete em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. “Cantei 'Solitude', que já tinha testado em São Paulo, e foi lindo ver as pessoas se levantando, acompanhando a música. A apresentação conseguiu antecipar o clima deste novo CD, que nasceu verdadeiramente no palco”, conta.

O álbum foi fruto de uma sinergia entre ela e seus colegas de banda e de estrada. 'Sinergia', por exemplo, foi feita a seis mãos com a colaboração de Jwala e Luísa Maita, artistas aproximadas ao longo de suas viagens mundo afora. Há mais duas faixas que levam a assinatura de Aydar, que já anunciava seu talento como letrista em Peixes, Pássaros, Pessoas (2009), seu segundo trabalho.

Mas o forte do disco é mesmo, segundo ela, os toques pessoais impressos em hits como 'Vai vadiar', hino do sambista Zeca Pagodinho que ganhou a levada de um tango: “Esta canção já está no meu set-list há cinco anos. Quis gravá-la com um tom menos agressivo, menos raivoso que o da versão mais conhecida”, revela quem atribui a miscelânea rítmica de seu terceiro registro à influência da internet e de um passado regionalista.

“Conheci muita coisa através do Youtube, como a música africana, que tem sido uma referência constante em minha carreira. Acho que as pessoas dizem que eu canto samba por pura preguiça”, alfineta Mariana, que leva na sela de seu Cavaleiro Selvagem... convidados ilustres como Emicida (rapper que participa da faixa que inspira o título do CD) e Dominguinhos (cuja sanfona sola em 'Preciso do teu sorriso').

“Dominguinhos foi discípulo de Luiz Gonzaga, que foi empresariado durante anos por minha mãe”, lembra a filha dileta de Bia Aydar, que gerenciou por anos a carreira do Rei do Baião. “Tive a honra e a sorte de conhecer Gonzagão, uma figura emblemática que foi quase um avô pra mim”, lembra. “Tive muitas influências não só de artistas nordestinos, mas do jeito de vida daí. É onde me sinto à vontade para peregrinar e fazer um exercício antropofágico. Acho que minha obra se alimenta muito do caldeirão de transformações de vocês”, afirma.

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Jornal da Paraíba

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